Sem fiscalização, circulação de caminhões prejudica trânsito no centro de Três Lagoas

Sem fiscalização, motoristas de veículos pesados não respeitam a Lei e percorrem as ruas do Centro de Três Lagoas, provocando acidentes freqüentes.

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Sem fiscalização, motoristas de veículos pesados não respeitam a Lei e percorrem as ruas do Centro de Três Lagoas, provocando acidentes freqüentes.

Enquanto o Departamento Municipal de Trânsito de Três Lagoas aguarda placas de sinalização indicando o horário permitido para carga e descarga de mercadorias nas ruas centrais da Cidade, é grande o número de caminhões e ônibus que transitam por esses locais em período de pico no trânsito.

No momento em que o Midiamax ouvia inúmeras reclamações de pedestres e de ciclistas pelas ruas de Três Lagoas, na manhã desta terça-feira (26), nossa câmera flagrou diversos caminhões fazendo descarga de mercadorias, assim como veículos de grande porte e com carga superior ao limite, estipulado por Decreto Municipal em vigor, percorrendo as avenidas do Centro.


Acidentes

Neste último sábado (23), um ciclista teve a bicicleta destruída e só não foi atropelado, pois segundo o próprio motorista do ônibus que causou o acidente, ele deu um “golpe de ninja”

Segundo a vítima, o condutor do ônibus tentou fazer uma conversão à esquerda não se importando que ele ia no mesmo sentido, mas que seguiria pela Avenida. “Eu vinha pelo canto da rua e o ônibus seguia a minha frente quando fez a conversão à esquerda, eu pulei para trás e o ônibus virou e passou por cima da bicicleta como uma roçadeira. Deu trabalho para tirar a bicicleta debaixo do ônibus”, explicou.

Conforme relatado por ele, o responsável pela empresa fez piada com a situação. “Você foi ninja de ter pulado da bicicleta. Se quiser pegar sua bicicleta quebrada e levar embora pode, mas eu não sou obrigado a pagar outra para você”.

No dia 10 de julho uma motocicleta atropelou uma ciclista no cruzamento da avenida Filinto Muller com a rua Egídio Tomé. A vítima sofreu ferimentos e teve de ser encaminhada para o Hospital.

No mês de junho, uma jovem de 22 anos teve a cabeça esmagada por um caminhão no cruzamento da avenida Antonio Trajano com a rua Bruno Garcia, no Centro de Três Lagoas. Segundo populares, a moça gritou para avisar ao motorista que ela e sua bicicleta estavam sendo arrastadas, mas ele não a ouviu.


Ciclistas

Para a comerciária, Ronilda Alves de Oliveira, a bicicleta é sua única forma de transporte para ir e voltar do serviço.  

“Trabalho no Bairro Nossa Senhora Aparecida e moro no Paranapungá. Vou e volto todos os dias de bicicleta, mas a sensação de insegurança me acompanha nesses percursos. Tenho consciência de que os motoristas de veículos motorizados não respeitam o ciclista. Por isso estou atenta a todos os movimentos, para não me tornar mais uma vítima no trânsito de Três Lagoas”.

O padeiro José Elias Martins da Silva já sofreu acidente enquanto ciclista, mas esse ainda é o seu único veículo.

“Aconteceu quando a rua Munir Tomé era mão dupla. Um carro foi ultrapassar e bateu de frente comigo, que ia no sentido contrário. Foram sete meses de tratamento. Cheguei a fraturar o crânio, mas graças a Deus estou vivo. Hoje vejo que o problema foi agravado pelos caminhões que insistem em passar em horário de pico pelas ruas do Centro, mas não tenho dinheiro para ter um carro ou uma moto”, relatou José Elias.

Já o aposentado Luiz Antonio Mancini alega que a culpa pela alta incidência de acidentes não pode ser atribuída apenas aos condutores carros, caminhões e motos, mas também aos ciclistas imprudentes.

“Muitos colegas trafegam de bicicleta pela contramão, não prestam atenção ou não respeitam a preferencial. Nasci em Três Lagoas. Há 60 anos sou ciclista por essas ruas e nunca me acidentei. É claro que o trânsito mudou muito, porém se houvesse respeito e educação de todos, os acidentes graves e as mortes não estariam ocorrendo com tanta frequência”, argumentou.


Departamento de Trânsito

Segundo o diretor do Departamento Municipal de Trânsito, Milton Gomes Silveira, a área central na qual o horário delimitado, para carga e descarga, será devidamente sinalizado será no quadrilátero – Avenida Filinto Muller, avenida Rosário Congro, Rua Duque de Caxias e rua José Amilton Congro Bastos, até a Filinto Muller.

“O Decreto Municipal já está em vigor, mas sem as placas fica complicada a fiscalização pela Polícia Militar de Trânsito. Acredito que elas serão fixadas, no máximo, em 60 dias”, explicou.

“Gostaria de salientar que só será permitido o trânsito, por esse quadrilátero de ruas e avenidas, de caminhões com até 12 toneladas de peso bruto total. Assim como será exigida a nota fiscal que comprove a finalidade de carga e descarga nesses locais. Além da obrigatoriedade que isso ocorra no intervalo entre as 17h e 8h”, continuou e finalizou.

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