Seleção: Ganso ainda busca se firmar como maestro
Nos dias de jogos da seleção brasileira na Argentina, Paulo Henrique Ganso recebe o afago do pai, Julio, e ouve o relato de pequenas orações de sua mãe, Creuza. Discretos, os dois se acomodam timidamente no hall do hotel da equipe, momento antes de a delegação seguir para o estádio. Não disfarçam a tensão e […]
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Nos dias de jogos da seleção brasileira na Argentina, Paulo Henrique Ganso recebe o afago do pai, Julio, e ouve o relato de pequenas orações de sua mãe, Creuza. Discretos, os dois se acomodam timidamente no hall do hotel da equipe, momento antes de a delegação seguir para o estádio.
Não disfarçam a tensão e agradecem com ternura àqueles que os identificam e desejam sucesso para o filho. Hoje, o ritual vai se repetir. Resta saber se Ganso, enfim, vai atender a expectativa de seus ilustres torcedores.
O jogo da seleção, nesta tarde, contra o Paraguai, em La Plata, também desperta a atenção de tantos outros admiradores de Ganso espalhados pelo mundo.
Ele chegou a Los Cardales com dois títulos: o de campeão da Libertadores pelo Santos e o de maestro do time renovado de Mano Menezes. Até agora, no entanto, não convenceu ninguém. Foi o que mais errou passes na Copa América, embora tenha sido determinante em três dos seis gols do Brasil.
Não participa ativamente dos jogos, parece lento e instável. Pratica um futebol vaga-lume. Alvo de críticas da imprensa argentina, é tema em todas as entrevistas da seleção. “Ele erra porque seu passe não é comum, é um passe mais elaborado, em busca dos gols”, ponderou Mano Menezes.
Na comissão técnica ninguém fala objetivamente sobre as condições físicas do atleta. É nítida a dificuldade dele em voltar a jogar como em 2010, quando foi cogitada sua convocação para o Mundial da África do Sul. O jovem craque passou recentemente por uma cirurgia de joelho e, desde então, deixou dúvidas quanto à sua recuperação.
Nos treinos, evita jogadas mais ousadas e dá a impressão de que quer se livrar rapidamente da bola. Toques curtos e de primeira prevalecem. Na vitória do Brasil por 4 a 2 sobre o Equador, teve o mérito de presentear Neymar com um daqueles passes surpreendentes. No mais, esteve sumido do jogo.
Em meio a inúmeras indagações sobre futuro na seleção, autocrítica é o que não falta a Ganso. Ele avalia com rigor e desconforto o próprio desempenho. “Sei que fui mal (nos três jogos), tenho errado muitos passes, não sou assim e vou melhorar.”
Neymar e Alexandre Pato marcaram dois gols cada na última partida, contra o Equador. Robinho subiu de produção, acertou a trave e se entendeu muito bem com Maicon pelo lado direito. A bola da vez, poderiam sugerir os apostadores, está nos pés de Ganso, um camisa 10 que ainda engatinha na seleção.
Adversário. O rival de Brasil ou Paraguai nas semifinais sai do duelo entre Chile e Venezuela, às 19h15, em Mendoza.
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