A Rússia realiza neste domingo eleições para preencher as vagas na câmara baixa do Parlamento, a Duma.

A votação vai escolher os ocupantes das 450 cadeiras da Duma para os próximos cinco anos, que atualmente é dominada pelo partido do primeiro-ministro, Vladimir Putin, e também conta com parlamentares do Partido Comunista, do nacionalista Liberal Democrata e do Rússia Justa, que se considera social democrata.

Sete partidos receberam permissão para inscrever seus candidatos na votação deste ano, uma queda em relação aos 11 partidos que participaram da eleição de 2007.

A votação deste domingo está sendo vista como um teste da popularidade de Vladimir Putin, três meses antes de o primeiro-ministro concorrer novamente à Presidência, cargo que ele ocupou duas vezes entre 2000 e 2008.

Mas, a eleição parlamentar também foi marcada por acusações de violações da lei eleitoral. O único grupo independente de monitoramento eleitoral da Rússia, o Golos, registrou 5.300 reclamações.

Putin, que lidera o Partido Rússia Unida, acusou forças estrangeiras de tentar interferir nos preparativos da eleição.

Os monitores do Golos, que não são afiliados a nenhum partido, recebem verbas dos Estados Unidos e União Europeia.

Os integrantes da Duma questionaram a razão de uma organização financiada por outros países ter autorização para monitorar as eleições na Rússia.

‘Provocação’

Muitas das acusações do grupo Golos envolvem o Partido Rússia Unida, de Putin.

No domingo o Golos informou que sua página na internet, que tem uma lista das supostas violações da lei eleitoral, tinha sido atacada por hackers.

Vários veículos de imprensa que criticam o governo russo, incluindo uma rádio popular do país, a Moscow Echo, também informaram que suas páginas na web não estavam funcionando.

“O ataque contra o website no dia da eleição é, claramente, uma tentativa de inibir a publicação de informações sobre violaçôes (da lei eleitoral)”, afirmou o editor da rádio Moscow Echo, Alexei Venediktov, no Twitter.

A diretora do grupo Golos, Liliya Shibanova, disse mais cedo que as autoridades tinham apreendido seu laptop quando ela chegou no Aeroporto de Moscou, no sábado. De acordo com Shibanova, eles deram como motivo da apreensão o uso de softwares ilegais no computador.

“Esta é uma provocação dirigida pessoalmente contra mim”, disse ela, alegando que as autoridades estão tentando evitar que ela vá ao Parlamento Europeu na próxima semana.

Em um discurso na sexta-feira, o presidente russo, Dmitry Medvedev, afirmou que os partidos políticos da Rússia participam de uma “competição livre e igualitária”.