O PSD, partido recém criado, chega em Mato Grosso do Sul de olho nos políticos ‘novos’. A informação é do presidente regional da legenda, Antonio João Hugo Rodrigues. Empresário no setor de comunicação, jornalista e ex-suplente de senador, ele falou com exclusividade ao Midiamax após reunião reservada com o sócio-diretor do jornal, Carlos Eduardo Naegele.

Acompanhe os principais pontos da entrevista, que incluem análises sobre a conjuntura política de Mato Grosso do Sul, sobre a sucessão municipal em Campo Grande, liberdade de imprensa e sobre os caminhos que o PSD deve tomar em MS nas próximas eleições:

Midiamax: Como o senhor avalia a criação do PSD em Mato Grosso do Sul e como está sendo estruturado o partido?

Antonio João: Nós estamos montando o partido ainda. Estamos na fase de coleta de assinaturas e montando provisórias. No dia 30, faremos uma convenção estadual onde será homologada os diretórios e a executiva estadual. Agora é uma fase muito burocrática, mas o PSD está correndo bem.

O partido já chegou forte no Estado onde vamos trabalhar com a população. O PSD está buscando políticos novos de cara nova essa é a proposta do partido. Estamos vindo com novidades com políticos que não estão no mercado e nunca estiveram. Estamos apostando na população que protesta silenciosamente.

Midimax: Alguns acreditam que as eleições municipais do próximo ano devem ter novidades como a destituição de velhas parcerias partidárias. Como o PSD deve se comportar?

Antonio João: Depois de janeiro do ano que vamos começar a delinear o que o PSD vai fazer. Temos que estruturar o partido para depois começarmos a viabilizar as coligações, nomes e candidaturas. Meu nome está à disposição para ser candidato a prefeito, mas temos que ter muito dialoga ainda.

Tenho conversado com Alcides Bernal, Dagoberto Nogueira, Atayde do PPS com todos temos um bom dialogo. Além de conversar com o ex-governador Zeca do PT, que é uma figura indispensável na política sul-mato-grossense.

Midiamax: Alguns partidos já admitem se organizar em bloco para a sucessão de Nelson Trad Filho em Campo Grande. O PSD já estuda essa hipótese?

Antonio João: Do ponto de vista democrático, eu acho ruim a formação desse blocão. Quanto mais candidatos melhor. Temos que olhar pelo lado da democracia, e, com mais candidatos, a disputa não fica polarizada. Ai, fica um lado vendo o que o outro está fazendo. Para uma possível formação do bloco, acho que seria necessário conversar muito e, a partir do diálogo, vermos qual e a melhor alternativa. Lembrando que a última palavra é sempre do eleitor. Ele que é o sábio e que vai definir em quem vai votar.

Midiamax: Qual é a opinião do senhor sobre pesquisas quantitativas e qualitativas para decidir um candidato?

Antonio João: Eu acho que temos que deixar o eleitor decidir. Instituto de pesquisa não define eleição, quem define é o eleitor. As pesquisas são relativas. Os partidos não podem abrir mão de indicar seus candidatos e lutar com eles, para no decorrer da campanha ver o crescimento. Lembrando que é o eleitor que decide no final. Pesquisa não credencia candidato, mostra o momento apenas. Se instituto de pesquisa fosse capaz de definir eleição, não precisamos mais nem ter eleição. Quando eu sai como senador, eu tinha 1%, mas conseguimos nos eleger.

Midiamax: O senhor acredita que a reforma política ainda sai neste ano com aplicação já para as eleições do ano que vem?

Antonio João: Eu acho que temos pouco tempo, mas se os políticos quiserem, eles aprovam. Temos que saber se eles querem que saia a reforma política. Eu sou contra a reeleição. Acho que o político devia ter cinco anos de mandato e nunca mais ser eleito. Continuísmo e uma desgraça. O fim das coligações nas proporcionais pode até prejudicar o PSD no inicio, mas temos que nos adaptar e não teremos problemas.

Os problemas das coligações surgiram na época do Arena I, II, do MDB e a partir daí surgiu essa confusão. Eu acredito que quem tem mais voto e que deve ser eleito. A eleição toda deveria ser majoritária ai essa confusão de coligação terminaria. Nos aqui não podemos acabar, mas podemos lutar para que isso acabe.

Midiamax: Campo Grande atualmente enfrenta uma série de problemas. Como o senhor avalia os desafios para a próxima administração municipal?

Antonio João: Campo Grande tem um desafio a cada dia. É um município rico, que arrecada bem, que tem um povo pagando os impostos com alto índice de adimplência. Então, eu fico impressionado com a riqueza e não consigo entender como a cidade está toda fuzilada desse jeito. Eu não consigo entender como conseguiram deixar assim em tão pouco tempo! Acho que Campo Grande não tem projeto de futuro, não tem gente com visão de futuro.