O desarmamento pode fazer parte dos temas sociais a serem explorados na Copa do Mundo de 2014, iniciativa tradicional do campeonato. Uma das propostas do governo brasileiro feita à Fifa é que ingressos dos jogos sejam trocados por armas. Relator da Lei Geral da Copa na Câmara dos Deputados, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) diz que as ideias serão incluídas na lei em discussão no Congresso.

Também foi proposto que os artefatos de fogo sejam trocados por bolas oficiais da competição e por camisas autografadas, e que as armas destruídas sejam usadas na confecção das traves a serem usadas nos estádios onde ocorrerão os jogos. As sugestões contaram com a participação de organizações não governamentais.

Durante audiência no Congresso nessa semana, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi questionado sobre as propostas e acabou fazendo uma declaração polêmica sobre a segurança no país. “Acho que tem tanta arma no Brasil que a gente não vai ter a quantidade de ingressos necessária”, disse. Em seguida, indicou que outras atividades relacionadas ao desarmamento devem ser feitas no Mundial. “A gente pode organizar eventos especiais à Copa do Mundo, especialmente quando temos os dias de pausa.”

A proposta de incluir o desarmamento na Copa vem também do Ministério da Justiça, que, há sete anos, realiza campanhas nesse sentido no país. A última, lançada em maio deste ano, recolheu, até 4 de novembro, 21.760 armas. No Mundial na África do Sul, as ações sociais foram focadas em educação e no combate à Aids.