Universitários e outros moradores passaram a noite cuidando da figueira centenária e colhem assinaturas para impedir o corte, autorizado pelo Imam em troca de dois computadores e um aparelho de GPS.

O promotor de Meio Ambiente, Dr. Paulo Cesar Zeni, esteve nesta manhã de terça-feira (27) no local de Dourados onde manifestantes impedem a derrubada de uma figueira centenária. Estudantes e moradores acampam desde ontem na árvore e questionam a autorização para o corte, dada pelo Imam em troca de dois computadores e um GPS.

O promotor acredita que a compensação proposta pelo COMDAM para a derrubada da árvore é pequena e negociou com o advogado que defende os interesses do dono do terreno onde a figueira está situada.

Após a conversa entre Zeni, o advogado e policiais, chegou-se a conclusão de que a retomada do corte da árvore só será após reunião entre IMAD – Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento – e IMAM – Instituto Municipal de Meio Ambiente – que deve acontecer às 14h na cede do IMAM. Na reunião o promotor deve propor uma nova compensação pela derrubada da figueira.

Protesto

Os estudantes da UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados – acamparam em frente à figueira centenária no centro de Dourados. Com medo de que houvesse alguma movimentação no sentido de derrubar a árvore durante a noite, os acadêmicos dormiram sob a árvore e começaram a manhã com um abaixo assinado, logo depois de desfrutar de um café da manhã trazido por uma senhora que se identificou com a causa.

O abaixo assinado começou a ser recolhido às 6h50 desta manhã e já conta com quase 100 assinaturas de populares que se coligaram à causa. Por volta de 20 jovens já estão mobilizados no início da manhã desta terça-feira (27) e prometem permanecer em protesto durante todo o dia.

“Esperamos que mais pessoas se juntem a essa causa. Não há progresso acabando com a nossa história e nossa natureza”, afirmou Josué de Brito, coordenador-geral do DCE da UFGD.

Por volta das 7h25 uma viatura da polícia militar chegou ao local. Os policiais acordaram com os manifestantes que descessem da árvore para negociar sobre a continuada do corte. Os trabalhadores que ontem tiveram que parar o corte por determinação do Ministério do Trabalho, conseguiram hoje autorização para continuar o corte, mediante apresentação de licenças, material de proteção e apoio de um guindaste.