“É preocupante e alarmante a situação no Pantanal”. A afirmação é do presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Raphael Domingos Kassar, ao comentar o grande volume de chuvas que caiu nestes três meses na região e o consequente transbordamento dos rios Taquari e Aquidauana, tributários do rio Paraguai, que pode alcançar a maior cheia dos últimos 16 anos.

Kassar, que está em Campo Grande, disse que a situação em toda a planície é bastante preocupante. “Em muitas fazendas estamos com gado com água pelas costelas e agora não se tira mais. É um prejuízo muito grande”, complementou.

“Temos muitas fazendas que estão ilhadas”, disse o presidente do Sindicato Rural. Ele enfatizou que, com a subida das águas, as propriedades acabam ficando isoladas por terra também porque muitas pistas de pouso para pequenas aeronaves ficam alagadas.

A forte cheia no Pantanal pode trazer prejuízos futuros à pecuária local. “O ciclo da pecuária é de quatro anos. Esse é o tempo para colocar o ‘bife na mesa’ e esse problema, com o gado ilhado, repercute na produção e a planície pantaneira vai ser afetada economicamente”, argumentou Raphael Kassar. “A situação é bastante crítica e estamos preocupados”, observou destacando que as subregiões da Nhecolândia e do Paiaguás, estão praticamente submersas.

Ele destacou que o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, deu “total apoio” à reivindicação dos produtores pantaneiros. O pedido de estado de emergência para o Pantanal, em razão da cheia dos rios, também é apoiados pelos Sindicatos Rurais de Coxim; Rio Verde; Rio Negro; Aquidauna; Miranda; Bodoquena e Porto Murtinho. São mais de 1.800 propriedades na planície, que ocupa 95% do território de Corumbá. A atividade emprega mais de cinco mil pessoas.

A reunião desta terça-feira com o governador, terá ainda representantes da Famasul e dos sindicatos rurais dos municípios pantaneiros.