Candidatos adventistas perdem o horário e a oportunidade de uma vaga no ensino superior

Pontualmente às 12h, deste sábado (22), o sinal tocou e os portões da Escola Estadual Joaquim Murtinho, uma das sedes do Enem, foram fechados. Sete minutos depois, José Humberto da Silva, de 38 anos, chegou e deu de cara com um fiscal dizendo que ele havia perdido a prova. Mais quatro candidatos passaram pela mesma situação e não puderam participar do concurso que dá a chance de ingressar em uma universidade.

Os cinco atrasados são adventistas e iniciariam a prova somente às 18h, horário permitido pela religião. A escola Joaquim Murtinho é o único local que aplica as provas aos candidatos adventistas. Silva diz que perdeu o horário porque estava na igreja assistindo uma apresentação da filha. “Agora só no ano que vem”, lamenta, mas com ar conformado.

Jeyson Pereira Baes, de 19 anos, chegou com a prima poucos minutos depois de Silva, e alegou que recebeu o cartão indicando que faria a prova na Uniderp. “Quando chegamos lá, fomos avisados que faríamos a prova no Joaquim Murtinho, mas pegamos congestionamento e desvio dos trechos interditados e não conseguimos chegar a tempo”, diz Baes.

A candidata Carla Carolina Gonçalves Cândia chegou junto com outro rapaz, e diz que na sexta-feira (21) ligou para o 0800 do Enem para se informar sobre os horários. Segundo ela, a informação passada foi de que não precisaria chegar às 12h em ponto. Porém, a fiscal que a atendeu na escola disse que todos os candidatos, sem exceção, teriam que entrar antes dos portões fecharem. “Me senti injustiçada”, desabafa Carla.

Os alunos adventistas teriam que entrar na escola até às 12h, antes dos portões fecharem, e, em uma sala separada, esperariam até às 18h para receberem as provas.