Paralisação de cinco mil operários emperra obras da Eldorado Brasil em Três Lagoas
Com as empresas prestadoras de serviços de construção civil atuando de forma irregular, segundo denúncia dos trabalhadores, uma nova paralisação nas obras da fábrica Eldorado Brasil S/A, de papel e celulose, afeta o andamento da construção, em Três Lagoas.
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Com as empresas prestadoras de serviços de construção civil atuando de forma irregular, segundo denúncia dos trabalhadores, uma nova paralisação nas obras da fábrica Eldorado Brasil S/A, de papel e celulose, afeta o andamento da construção, em Três Lagoas.
Cerca de 5 mil trabalhadores, pertencentes ao
quadro das empresas prestadoras de serviços de construção civil para a Eldorado
Brasil S/A, cruzaram os braços na manhã desta terça-feira (09). Segundo membros
da comissão, que representa os funcionários, as reivindicações são diversas,
mas são inerentes a todas as empresas que executam os trabalhos nas obras da Fábrica.
“Estamos recebendo o pagamento menor do que o
combinado e registrado em carteira. A alimentação oferecida é de péssima
qualidade e, muitas vezes, falta até arroz. Para piorar a situação, nos colocam
a mercê da sorte para não ficarmos doentes, pois os trabalhadores que estão com
doenças contagiosas, como catapora e gripe, ficam no mesmo alojamento que os
demais”, enumerou um dos trabalhadores, que não quis se identificar, com medo
de represálias por parte da empresa contratante.
A Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos
dos trabalhadores que ameaçavam atear fogo no alojamento. Barricadas foram construídas
pelos operários para impedir a entrada e a saída do local.
De acordo com o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Civil Pesada, João Afonso Petenatti, a entidade
coletou mais de 40 irregularidades por parte das empresas terceirizadas.
“Pela primeira vez, tivemos acesso aos alojamentos
desses trabalhadores. Lá na obra, as empresas mantêm a proibição de nossa
entrada. Em poucas horas, que estive vistoriando o local e conversando com os
funcionários das mais de oito empresas que prestam serviços para a Eldorado,
pude constatar muitas situações fora dos parâmetros exigidos pelas leis trabalhistas.
Há, pelo menos, 4 mil pessoas atuando de forma irregular para essas
empregadoras e todos os demais possuem erros administrativos em sua contratação”,
denunciou Petenatti.
Entre as reclamações, conforme afirmam os
trabalhadores, o desvio de função tem ocorrido em todas as empresas
prestadoras.
“Eu, mesmo sem qualificação para a atividade de
carpinteiro, atuo na área. Eles alegam que é devido à falta de pessoal, mas o
salário que me pagam é de acordo com a minha função na carteira, no caso a de
serviços gerais”, contou outro trabalhador.
Todos aqueles que conversaram com o Midiamax,
solicitaram que seu nome não fosse divulgado, pois, segundo eles, as empresas os
demitiriam imediatamente e não pagariam seus direitos.
Nenhum dos funcionários que representam as empresas
prestadoras quis falar sobre a paralisação.
Reunião
Hoje à tarde, representantes dos trabalhadores, do
sindicato e das empresas prestadoras estarão reunidos em negociação em uma das
salas do alojamento.
“Relatarei o que está sendo solicitado e apontarei
as irregularidades administrativas. Caso não ocorra proposta por parte das empresas,
estaremos entrando com os documentos para regulamentar a greve”, finalizou
Petenatti.
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