Monumento a Zumbi dos Palmares concentra comemorações do Dia da Consciência Negra no Rio

O Dia da Consciência Negra está sendo comemorado no Rio de Janeiro com uma cerimônia festiva no Monumento a Zumbi dos Palmares, na Praça Onze, na região central da cidade. Durante todo o dia, haverá apresentação de rodas de capoeira, do Afoxé Filhos de Gandhy e desfile das escolas de samba Unidos de Vila Isabel, […]

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O Dia da Consciência Negra está sendo comemorado no Rio de Janeiro com uma cerimônia festiva no Monumento a Zumbi dos Palmares, na Praça Onze, na região central da cidade. Durante todo o dia, haverá apresentação de rodas de capoeira, do Afoxé Filhos de Gandhy e desfile das escolas de samba Unidos de Vila Isabel, União da Ilha do Governador e Unidos da Tijuca.

Presente ao evento, o presidente do Cedine (Conselho Estadual dos Direitos do Negro), Paulo Roberto dos Santos, disse que a população negra vem conseguindo avançar na sociedade a passos médios. Esta aceleração, segundo ele, não é a ideal. De acordo Paulo Roberto, no Rio de Janeiro esse avanço ocorre principalmente no setor do ensino, com a cota de 20% de vagas para os afro-descendentes nas universidades. Ele também ressaltou a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial como um instrumento importante para melhorar a situação da população negra no país.

Paulo Roberto destacou ainda a obrigatoriedade pelo governo do estado nas escolas do ensino médio da rede pública da cultura afro-brasileira para que a identidade do negro cada vez mais se reafirme. “São avanços concretos que este milênio vem consolidando no sentido muito parecido com que os Estados Unidos da América apresentam hoje, com um negro na Presidência do país. O Brasil vem caminhando com 52% da população afro-brasileira, em uma direção de maior inclusão e conversação com os governos, como foi com o presidente Lula, quando criou a Secretaria da Igualdade Racial”.

O presidente do Cedine disse que é uma falácia dizer que os afro-descendentes que entram por meio de cotas nas universidades são menos preparados. Para ele, isso não passa de uma tentativa de desmoralizar o sistema de cotas. Segundo Paulo Roberto, em algumas universidades, onde o negro não tinha direito à bolsa de estudo, ele acabava desistindo do curso por dificuldade financeira. Mas que essa realidade mudou com o sistema de cotas. “Nas universidades onde se implantou as bolsas, a média é favorável. Tanto que em outras universidades o sistema de cotas está sendo implantado. Atualmente, existem 110 universidades com o sistema de cotas implantado”.

O presidente do Cedine também considerou como uma vitória do movimento negro, a conquista da titularidade da terra, no último dia 17, por 15 famílias do Quilombo Preto Forro, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Há várias décadas eles viviam em total insegurança, pois não tinham a posse da terra onde moram e eram ameaçados por grileiros. “Por meio de um trabalho conjunto com o Iterj (Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro), descobriu-se que a terra era do governo do Rio de Janeiro e foi feita a titularidade da terra para seus ocupantes. Uma vitória do Movimento Negro”.

A integrante da Comissão da Mulher do Cedine, Cátia Cruz, presente à cerimônia festiva no Monumento a Zumbi dos Palmares criticou o problema da falta de atendimento das mulheres negras aos exames de prevenção de colo de útero e do câncer de mama nos postos de saúde da rede pública, principalmente na Baixada Fluminense e no interior do estado. “Nós perdemos muitas mulheres negras com essas doenças por falta de informação, por falta de atendimento. Nos postos de saúde e hospitais especializados da mulher, o atendimento é péssimo e, em virtude disso, a gente consegue ter um índice fora do normal de morte de mulheres negras”.

 

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