A mãe do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, pediu que o governo australiano intervenha para evitar a eventual extradição de seu filho aos Estados Unidos, informou a imprensa local nesta quinta-feira (3). O Superior Tribunal de Londres autorizou na quarta (2) a entrega de Assange à Suécia para ser processado por delitos de agressão sexual e estupro, embora o ativista ainda tenha 14 dias para apelar da decisão.

Christine Assange, cujo filho se encontra sob prisão domiciliar no Reino Unido desde dezembro, quer que Canberra interfira para que o ativista australiano não seja extraditado aos EUA, segundo a agência local “AAP”. A mãe do fundador do WikiLeaks enfatizou que o governo australiano deveria prestar atenção aos pareceres jurídicos e diplomáticos entregues em março a um grupo de legisladores assinalando que seu filho enfrenta um “perigo claro e iminente”.

“O que quero é que o governo australiano aja com base nas recomendações que lhe deram seus próprios advogados e diplomatas e que exija que Suécia e Reino Unido deem, por escrito, garantias humanitárias assegurando que Julian não será extraditado aos Estados Unidos”. “Se isto acontecesse, eu acho que Julian iria para a Suécia sem resistir”, já que sua preocupação “é que seja entregue” aos EUA, indicou.

Julian Assange acredita que o processo judicial na Suécia é promovido desde os EUA, o país mais prejudicado pelos milhares de documentos confidenciais e comprometedores publicados em diversos veículos do mundo através do WikiLeaks.

A Promotoria sueca acusa Assange de três delitos de agressão sexual e um de estupro após a denúncia de duas mulheres, que asseguraram que os casos ocorreram em agosto de 2010, enquanto o “ex-hacker” rejeita essas afirmações e diz que este processo tem motivação política.