A Liga Árabe rejeitou neste domingo a proposta síria de alterar o plano proposto pela instituição para por fim ao conflito no país que já teria deixado pelo menos 3,5 mil mortos.

A Síria queria que o número de observadores a ser enviado ao país fosse reduzido de 500 para 40.

O papel dos observadores seria supervisionar a implementação do plano de paz, que prevê que o governo pare de atacar manifestantes, retire militares de áreas de tensão e comece negociações com a oposição.

Mas por meio de um comunicado a Liga Árabe disse que ‘foi concordado que as emendas e apêndices propostos pela Síria afetam o cerne do documento e iriam mudar radicalmente a natureza da missão, que é observar a implementação do plano árabe para acabar com a crise na Síria e proteger os civis sírios’.

Reagindo ao comunicado, o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al-Muallem, disse que o país havia aceito a proposta árabe com ‘pequenas mudanças’ para garantir a soberania síria.

Muallen disse que seriam necessárias discussões ‘lentas e constantes’ e alertou contra ‘reações exageradas’.

Ele disse ainda que alguns países árabes estariam usando a Liga como ‘ferramenta’ para envolver o Conselho de Segurança da ONU na crise.

Um ultimato dado pela Liga Árabe ao país para o fim da repressão violenta dos protestos anti-governo terminou na noite de sábado, mas não há sinais de que os confrontos estejam diminuindo.

Em entrevista ao jornal britânico Sunday Times, o presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que a unidade e a estabilidade na Síria estão em risco.

Ele disse que seu país não vai se curvar diante da pressão internacional e que vai continuar enfrentando as ‘gangues armadas’ que, segundo ele, vêm gerando violência nas ruas.

Na entrevista ao Sunday Times, Assad acusou a Liga Árabe de criar um pretexto para uma invasão ocidental em seu país, o que, segundo ele, criaria um ‘terremoto’ no Oriente Médio.