O que está sendo chamado de verdadeiro julgamento do regime do Khmer Vermelho, responsável por 2 milhões de mortos no Camboja, começa na segunda-feira, na ausência de uma dos quatro acusados, declarada com problemas mentais, em meio a poucas expectativas das vítimas de conhecer a verdade.
Mais de 30 anos depois dos fatos, o ideólogo do regime, Nuon Chea, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ieng Sary, e o presidente da “Kampuchea democrática”, Khieu Samphan, comparecem ao tribunal de Phnom Penh, patrocinado pela ONU, para responder pelos crimes cometidos em nome de uma utopia marxista.
Dois milhões de pessoas morreram, na época, de esgotamento, fome, doença, vítimas de torturas ou execuções, entre 1975 e 1979. Do processo estará ausente a ex-ministra de Assuntos Sociais, Ieng Thirith, que sofre de demência. Em anúncio que provocou comoção, os magistrados ordenaram a libertação imediata de Thirith. Apesar disso, o julgamento dos mais importantes dirigentes do regime de Pol Pot (morto em 1998 sem ter sido julgado nunca) é considerado histórico no país.