O Tesouro da Itália pagou yields (prêmio para investidores) mais altos do que no anterior, mas vendeu 3 bilhões de euros em seu bônus de cinco anos, informou o Banco da Itália, o banco central.

Os mercados acompanharam atentamente o leilão, uma vez que os custos de financiamento da Itália têm disparado em meio aos temores de que as finanças públicas do país estejam saindo de controle. A emissão foi uma reabertura de um papel lançado este ano.

Os bônus com vencimento em 15 de setembro de 2015 ofereceram cupom de 4,75%. O yield ficou em 6,29%, acima dos 5,32% pagos no leilão anterior, realizado em 13 de outubro.

Bem-vindo, mas nem tanto
Ao noticiar a turbulência no mercado financeiro europeu, o jornal espanhol El País comentou que as boas-vindas ao economista Mario Monti — substituto do premiê Silvio Berlusconi na Itália — durou pouco. Uma hora e meia depois da abertura, todas as bolsas da Europa operavam em vermelho.

A pressão contra os títulos de dívida da Itália e da Espanha voltou a aumentar depois que o Tesouro italiano emitiu bônus com prazo de cinco anos, analisa o El País. Isso significa que, ao comprar os papéis, os investidores querem retorno maior diante do risco do país.

O leilão dos títulos fechou com o preço mais alto da era euro, com alta nos juros de até 6,29%, e baixa demanda, “o que talvez seja mais preocupante”, segundo o diário espanhol.

A chegada de Monti, que tem sólidos conhecimento dos mecanismos econômicos e é prestigiado na Itália, dá esperanças de que o país recupere suas contas públicas. “Se o conseguir, Monti jogará para longe o fantasma de um resgate que, se necessitado, colocaria em sérias dificuldades o conjunto da zona do euro, haja vista o tamanho da economia italiana, terceira da União Monetária”, diz o El País.

Com informações da Dow Jones e El País.