O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, afirmou nesta segunda-feira que seu país não pretende “investigar” a acusação americana de que membros dos Guardiões da Revolução estiveram envolvidos em uma tentativa de assassinato do embaixador saudita em Washington.

“Por que teríamos que fazer uma investigação? Todos os dias, os Estados Unidos fazem uma nova acusação contra o Irã. Essa política americana não é correta. Se eles acham que, pressionando, irão obter resultados, estão errados”, disse Ahmadinejad, numa entrevista ao canal Al-Jazeera International.

O Irã deve extraditar ou julgar em seu território Gholam Shakuri, membro dos Guardiões da Revolução perseguido pelos Estados Unidos por um suposto complô para assassinar o embaixador saudita em Washington, estimou nesta segunda-feira o governo americano.

“Segundo a convenção internacional sobre as pessoas protegidas (que regulamenta a proteção aos diplomatas), o governo iraniano pode escolher entre extraditar essa pessoa ou tomar medidas por conta própria”, declarou Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, favorável à possibilidade de permitir uma visita consular a Mansur Arbabsiar, o outro suspeito, que está preso nos Estados Unidos.

Ahmadinejad negou a acusação: “Assassinatos são coisa de quem carece de cultura e lógica. O povo iraniano é um povo civilizado (…) Por que teríamos que ir aos Estados Unidos para assassinar o embaixador de um país amigo?”

Para o presidente iraniano, os Estados Unidos buscam “criar atrito entre o Irã e a Arábia Saudita”, e desviar a atenção “de seus problemas econômicos internos”.