Instabilidade na Europa ameaça recuperação global em 2011, afirma FMI

As incertezas em relação à trajetória da dívida pública e à segurança das instituições financeiras nos países da Europa podem ameaçar a estabilidade global em 2011, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Para o organismo multilateral, a União Europeia deveria ampliar o fundo de resgate financeiro para reduzir os riscos da economia mundial este ano. […]

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As incertezas em relação à trajetória da dívida pública e à segurança das instituições financeiras nos países da Europa podem ameaçar a estabilidade global em 2011, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Para o organismo multilateral, a União Europeia deveria ampliar o fundo de resgate financeiro para reduzir os riscos da economia mundial este ano.

A avaliação consta do relatório Atualização das Perspectivas Econômicas Mundiais, divulgado hoje (25) pelo FMI. De acordo com o documento, a economia global continuará se recuperando em 2011, mas em ritmos distintos. Os países avançados ainda enfrentam dificuldades para estimular a atividade, mas os países emergentes precisarão ter cuidado para evitar o superaquecimento da economia e a alta da inflação.

Segundo o relatório, as operações de socorro financeiro à Grécia e à Irlanda não eliminaram a desconfiança em torno de outros países da Europa. O FMI não descarta a possibilidade de que a turbulência se espalhe para as economias centrais do continente se as pressões dos mercados resultarem em concessão de financiamentos pelos principais bancos e governos europeus.

Criado no ano passado, o fundo de resgate financeiro tem 440 bilhões de euros, mas só pode emprestar metade desse valor. O FMI teme que o valor seja insuficiente caso uma grande economia do continente seja afetada pelas pressões de mercado.

O relatório também recomenda que os países da zona do euro adotem testes de estresse mais rigorosos nos bancos da região. O objetivo é impedir que os riscos provocados por instituições financeiras mal administradas contaminem a dívida pública dos países. O FMI pediu que os esforços para regulamentar o setor financeiro não se desacelerem.

Em relação aos Estados Unidos, o FMI sugeriu cortes de impostos para estimular a criação de empregos e reativar o mercado imobiliário. No longo prazo porém, a maior economia do mundo deve traçar um plano para conter o desequilíbrio fiscal e evitar, no futuro, um aumento dos juros, o que poderia atrasar a recuperação econômica mundial.

Apesar das preocupações, o FMI aumentou de 2,3% para 3% a projeção de crescimento da economia norte-americana em 2011. Para a zona do euro, a estimativa é de expansão de 1,5% neste ano. Com projeção de 9,6%, a China continuará a liderar o crescimento entre as principais economias.

Para o Brasil, o FMI elevou as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,1% para 4,5% este ano. Em 2012, no entanto, a projeção foi mantida em 4,1%.

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