Mato Grosso do Sul é o Estado que registra o maior índice de incidência de raios do Brasil se for considerada a relação entre o número de raios e a área dos Estados brasileiros. No país, a média de incidência é 50 milhões de raios por ano, segundo estudo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Na região sudoeste do Mato Grosso do Sul, conhecida como polígono de tornados, a incidência de descargas elétricas corresponde em média a 16 raios por quilômetro quadrado. Em outras áreas, a ocorrência do fenômeno varia de oito a 12 raios por quilômetro quadrado.

Com essa alta incidência, tanto na região mais crítica quanto nas outras, segundo estudo da Embrapa Pantanal (Corumbá – MS) – unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os efeitos das descargas elétricas no estado são mais amplos e podem colocar a população em situações de maior vulnerabilidade.

Para evitar riscos às pessoas, a empresa concessionária de energia elétrica, Enersul, prepara anualmente o Plano Verão – por ser a época do ano em que aumenta os índices de descargas elétricas – para mitigar os impactos das tempestades de forma que não se interrompa o fornecimento de energia.

Adilson Carvalho Panizza, chefe de operações da empresa, explica que com a atual tecnologia é possível precisar as áreas de maior incidência de raios e inclusive o avanço destes raios e se preparar para eventuais problemas. Segundo ele, a empresa tem 61 mil pontos monitorados nas subestações da Enersul. A tecnologia usada é a de georeferenciamento.

Carvalho informa que a Enersul tem 93 subestações de transformação/transmissão de energia, sendo que duas são móveis, para atender situações de emergência ou mesmo de manutenção.

No caso de emergência, as unidades móveis se locomovem até a região afetada e transmitem energia enquanto são feitos os devidos reparos. Quando é feita a manutenção as unidades são acionadas com antecedência para que a população não fique sem energia no momento de troca de equipamentos ou fiação, por exemplo.

Para realizar este trabalho, a empresa conta com a parceria do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Agetran.

Quando o problema acontece em alguma região de transito intenso, a Agetran isola a área afetada para que a empresa trabalhe de forma mais rápida e segura.

Já o Corpo de Bombeiros, segundo o coronel Kamimura, é acionado pela população quando acontece algum problema, geralmente de ordem climática, e este vai até o local resolver o que aconteceu e entra em contato com a Enersul para o desligamento da rede. “Quando uma árvore cai, ou algum outro problema e uma região fica sem energia e em perigo, nós vamos até o local, para retirada desta árvore e a Enersul desliga a energia para podermos trabalhar em segurança”, explica.

Segundo Sebastião Rayol, coordenador da Defesa Civil, o órgão atua em caso de desastres naturais prevenindo e dando apoio a população. “Quando acontece alguma desastre nós vamos até o local e damos toda a assistência necessária à população daquela região. No sentido prevenção e resposta ao que aconteceu”.

Em Mato Grosso do Sul, apenas cinco municípios não são cobertos pela concessionária: Três Lagoas, Brasilândia, Anaurilândia, Selvíria e Santa Rita do Pardo. Estes municípios são atendidos pela empresa Elektro, de São Paulo.