Fumaça de veículos a diesel é maior problema para qualidade do ar nas cidades de MS

Os automóveis movidos a diesel são apontados por estudo do Imasul como principal fonte de poluição do ar. Em Campo Grande, sugestão é criação de inspeção veicular com selo de “amigo do ar”.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Os automóveis movidos a diesel são apontados por estudo do Imasul como principal fonte de poluição do ar. Em Campo Grande, sugestão é criação de inspeção veicular com selo de “amigo do ar”.

A frota de veículos movidos a diesel é a principal preocupação com relação à qualidade do ar nas cidades sul-mato-grossenses, segundo estudo realizado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). A população já identifica o problema há tempos. “Espirro constantemente por causa dessa fumaça”, diz o comerciante Mário Barbosa, de 18 anos.

Mário trabalha 12 horas por dia na Rua Rui Barbosa, onde se concentra boa parte da movimentação de veículos do transporte coletivo em Campo Grande. Apesar de ser uma das maiores frotas movidas a diesel circulando na Capital, os ônibus não são a única fonte da fumaça.

A esteticista Claudiane Vieira, 23, reclama dos veículos menores. “A fumaça dos ônibus não me incomoda tanto, são mais essas caminhonetes que soltam muita fumaça, é terrível”.

Segundo os resultados do estudo realizado pelo Imasul, a fumaça liberada pelos motores a diesel é considerada a mais poluente dos combustíveis utilizados no Estado.

E, para piorar o quadro, a frota de veículos a diesel tem aumentado constantemente nos últimos anos. O salto no número de automóveis que usam esse tipo de combustível foi de 62,05% nos últimos sete anos, passando de 20.549 em 2003 a 33.300 em 2010.

O estudo propõe a criação de um programa de inspeção e manutenção da frota. Com isso, após passar pelo monitoramento, o ônibus, caminhonete ou caminhão receberão um adesivo de “Amigo do Ar”, para tentar manter o padrão de qualidade, principalmente nos centros urbanos.

O Plano de Controle de Poluição Veicular do Estado (PCPV) prevê medidas que devem ser cumpridas em um prazo de até três anos, mas ele ainda não foi analisado pelos órgãos competentes pela fiscalização na capital, como a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Mato Grosso do Sul).

Campo Grande

Liderando o índice de emissão de poluentes, medido por microrregiões do Estado, com 39,72%, Campo Grande não tem nenhum tipo de fiscalização de veículos altamente poluentes. Segundo a assessoria do Detran, o órgão não tem permissão para fazer recolhimento de caminhonetes  visivelmente degradadas , liberando fumaça escura pelo escapamento. “Não existe disponível no Detran um aparelho que meça a emissão de poluentes, nem  guinchos específicos para fazer o recolhimento desses ônibus e caminhões. Isso só será feito a partir das decisões que nos serão repassadas a partir do PCPV”.

A assessoria de comunicação do município informou que haverá uma reunião dos órgãos junto a Imasul para que as diretrizes comecem a ser efetivadas, já que o estudo já foi publicado no Diário Oficial do Estado.  A assessoria de comunicação da Assetur (Associação de Empresas do Transporte Coletivo Urbano) informou que os  todos os ônibus do transporte coletivo de Campo Grande têm o catalisador estando, assim, dentro da lei atual e que mudanças só deverão ser feitas depois do órgão ser informado das medidas estabelecidas no Plano de Controle.

Conteúdos relacionados

Hanna é dócil e está desaparecida desde o dia 19 de dezembro (Reprodução, Arquivo Pessoal)