Se informação de diplomata for confirmada, seria uma derrota moral e política dos palestinos em sua tentativa de isolar os EUA
Um diplomata das Nações Unidas disse que França, Reino Unido e Colômbia comunicaram na quinta-feira aos outros membros do Conselho de Segurança da ONU (de 15 integrantes, dos quais EUA, China, França, Reino Unido e Rússia têm poder de veto) que se absteriam em uma eventual votação sobre o ingresso dos palestinos no organismo. De acordo com o diplomata, a Alemanha também declarou que não apoiaria a iniciativa palestina, mas o país não esclareceu se votaria contra ou se absteria.
Nenhum das nações mencionadas, porém, confirmou a informação oficialmente. Se a decisão deles for confirmada, representaria uma derrota para os palestinos, que tentam conseguir seu apoio para o pedido de adesão apresentado em 23 de setembro pelo presidente Mahmud Abbas. Espera-se que o Comitê de Adesões, que estuda a inscrição palestina para integrar a ONU, apresente seu relatório sobre a questão na próxima semana.
Segundo fontes diplomáticas, Brasil, Rússia, China, África do Sul, Índia e Líbano, por outro lado, comunicaram que votariam a favor, enquanto os EUA confirmaram que seriam contra, reiterando que exerceriam seu poder de veto no caso de a medida ser aprovada por 9 dos 15 membros do órgão. Portugal, Gabão, Nigéria e Bósnia ainda não manifestaram sua decisão.
Apesar de as abstenções não terem grande importância em termos reais pelo fato de o veto americano ser uma certeza, importam em termos políticos e morais pela esperança dos palestinos de mostrar que poderiam isolar Washington no órgão. Isso parece improvável agora.
A reunião de quinta-feira do Comitê de Adesões também serviu para que os membros do Conselho de Segurança definissem o formato do relatório que o órgão deve enviar à Assembleia Geral dizendo se o Estado aspirante cumpre com os requisitos para filiar-se à ONU. De acordo com fontes diplomáticas, o comitê estará com o documento pronto em 8 de novembro. Ele, porém, só deve ir à votação no Conselho de Segurança três dias depois.
Antes do início da reunião, o representante palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, disse que sua delegação segue em contato “intenso” com os 15 membros do conselho para tratar de seu pedido. “Nosso desejo é receber a recomendação do Conselho de Segurança”, disse.
O diplomata reconheceu que seu pedido enfrentará o veto de “um membro muito potente” pelo que então “teremos de explorar as opções disponíveis, incluindo comparecer à Assembleia Geral”, referindo-se à possibilidade de recorrer a esse fórum para que obter o reconhecimento como Estado não membro do organismo.
Mansour também pediu na quinta-feira que o conselho aja contra as “represálias” iniciadas por Israel após a aceitação dos palestinos na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
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O diplomata disse que os palestinos querem que o principal órgão internacional de segurança reaja, preferivelmente mediante uma resolução, à construção de novos assentamentos anunciada por Israel durante esta semana e à ameaça de reter impostos pertencentes à ANP (Autoridade Nacional da Palestina).
Com informações da Agência EFE e BBC