O chefe da diplomacia iraniana, Saeed Jalili, e das potências, Catherine Ashton
Terminaram neste sábado sem avanço as negociações entre o Irã e seis potências mundiais sobre o programa nuclear iraniano, em Istambul, na Turquia.

O chefe da diplomacia iraniana, Saeed Jalili, e das potências, Catherine Ashton
Terminaram neste sábado sem avanço as negociações entre o Irã e seis potências mundiais sobre o programa nuclear iraniano, em Istambul, na Turquia.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que encabeçou a equipe internacional, disse que estava “desapontada” com o resultado da nova rodada de reuniões e criticou o Irã por tentar impor pré-condições para um acordo.

Já o negociador iraniano da questão nuclear, Saeed Jalili, fez referência ao “direito do Irã à tecnologia nuclear” e negou que esteja colocando pré-condições para um entendimento.

Não há data para um novo encontro, mas Ashton afirmou que “as portas permanecerão abertas”.

Os cinco países do Conselho de Segurança da ONU (EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha) mais a Alemanha disseram ter proposto uma versão atualizada do fracassado acordo de troca de combustível nuclear.

Mas não foram fornecidos dados deste acordo, cuja versão original foi rejeitada pelo Irã em 2009.

Divergências

Uma das razões para o fracasso da nova rodada de negociações parece ter sido a divergência de foco entre os negociadores das duas partes.

Enquanto as seis potências preferem limitar as discussões ao programa nuclear do Irã, o país tem insistido para que haja um debate mais amplo nos temas de segurança regional no Oriente Médio e desarmamento.

Para Catherine Ashton, esta “não é a forma de proceder”.

“Nós esperávamos ter uma discussão progressista e prática, e fizemos todo o esforço para tanto. Estou desapontada ao dizer que isto não foi possível”, afirmou.

O objetivo dos negociadores era chegar a um acordo pelo qual o Irã se desfaça de seu urânio com baixo grau de enriquecimento.

Estima-se que o país tem 3 de toneladas desse material – que, com mais enriquecimento, poderia ser usado na fabricação de armas nucleares.

O Irã diz que seu programa nuclear é pacífico e tem fins civis.

“Qualquer tipo de negociação e cooperação, como sublinhado durante as conversar com a senhora Ashton, deveriam se basear no respeito aos direitos das nações, incluindo o direito do Irã à tecnologia nuclear”, disse o negociador iraniano.

“Será que isso pode ser considerado como pré-condição? São os requerimentos necessário para qualquer negociação.”

A ONU já impôs quatro rodadas de sanções ao Irã, acusando o país de falta de transparência em relação ao seu programa nuclear.