O fim do governo do líder líbio Muammar Kadhafi é ‘inevitável’, disse no domingo o ministro das Relações Exteriores da Itália, seu mais próximo aliado europeu.

O chanceler Franco Frattini também afirmou que o tratado de cooperação e amizade entre Líbia e Itália estava ‘suspenso’. ‘Chegamos a um ponto, acredito, que não há retorno’, declarou Frattini à televisão Sky Itália.

Questionado se Kadhafi deveria deixar o poder, ele disse: ‘é inevitável que isso há acontecer’.

Também nesse domingo a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que é hora de Kadhafi renunciar. “Chegou a hora de ele ir embora”, disse Merkel em comunicado.

Forças armadas de oposição assumiram o controle da cidade de Zawiyah, localizada a cerca de 50 km da capital da Líbia, Trípoli, segundo as agências internacionas. Com cerca de 200 mil habitantes, a cidade é uma das mais próximas da capital, onde estão concentradas as forças leais ao ditador Muammar Kadhafi.

A oposição armada tenta instaurar uma nova administração nas cidades sob seu controle, em sua maioria localizadas no leste do país.

ONU

O Conselho de Segurança da ONU aprovou no sábado por unanimidade uma resolução que impõe sanções contra o regime de Muammar Kadhafi, como o bloqueio de todos seus bens no exterior e o embargo de armas.

A resolução adotada pelos 15 membros do máximo organismo da ONU autoriza também que o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, abra uma investigação sobre as violações de direitos humanos nas quais incorreu o regime líbio.

O principal órgão de decisões da ONU adotou esta resolução em reunião que se prolongou durante quase nove horas e que se desenrolou a portas fechadas sob a Presidência rotativa da embaixadora do Brasil, Maria Luisa Ribeiro Viotti.

Conflitos

Centenas de pessoas morreram por conta dos conflitos. De acordo com informações da Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH) na última quarta-feira (23), pelo menos 640 pessoas já morreram na Líbia desde 14 de fevereiro. O número representa mais que o dobro do balanço oficial do governo da Líbia, divulgado na véspera, de 300 mortos.

Para a principal autoridade francesa de Direitos Humanos, no entanto, o número pode ser bem maior. Estima-se que até 2 mil pessoas possam ter morrido na revolta popular contra o ditador da Líbia.