A guerrilha colombiana das Farc acusou nesta terça-feira o governo pela morte de quatro reféns, que seriam libertados pelos rebeldes e acabaram executados em uma tentativa de resgate frustrada.

“Denunciamos diante da opinião pública nacional e mundial que tal fato foi provocado pelo afã do presidente (Juan Manuel) Santos e do alto comando militar de impedir sua iminente libertação unilateral”, afirma às Farc em seu site www.farc-ep.co.

Segundo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a decisão de libertar os reféns já tinha sido “aprovada” pelo líder máximo da guerrilha, Alfonso Cano, morto pelo Exército no dia 4 de novembro passado.

“A morte em combate do camarada Alfonso Cano não poderia frustrar nosso propósito de propiciar a efetivação de um acordo de troca de prisioneiros de guerra, tal como ele concebia”, destaca o comunicado firmado pelo Secretariado (cúpula das Farc) no dia 28 de novembro.

De acordo com a guerrilha, o governo tomou conhecimento da próxima libertação dos reféns ao encontrar os computadores de Cano. “É evidente que após obter esta informação, o governo nacional e ao alto comando militar decidiram frustrar a gestão humanitária e seus possíveis efeitos”.

Sandra Velásquez, uma guerrilheira capturada no sul da Colômbia, na mesma zona onde morreram os três policiais e um militar, revelou que o grupo foi executado devido à aproximação das forças colombianas.

O Instituto Médico Legal informou que os quatro morreram por disparos a queima-roupa nas costas e que três deles apresentavam lesões na cabeça e no tórax.

Após combates, no sábado passado, com um grupo das Farc na província de Caquetá, militares encontraram os corpos dos três policiais – o coronel Édgar Yesid Duarte, o major Elkin Hernández e o intendente Álvaro Moreno – e do sargento do Exército José Libio Martínez.

Um quinto refém, o sargento Luis Erazo, conseguiu fugir e agora se recupera em Bogotá.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, com 47 anos de luta armada, mantêm como reféns pelo menos 13 policiais e militares, que planejam trocar por alguns de seus 500 guerrilheiros presos na Colômbia e nos Estados Unidos.