Mesmo após ordem da Justiça, que aguardava o fim do inquérito policial que apontou suicídio, familiares da médica desistiram da cremação

A família da médica Neide Mota Machado encontrada morta em novembro de 2009, desistiu da cremação do corpo, que segunda a família, era de vontade dela.

A cremação não foi permitida de imediato por conta da finalização do inquérito policial que deu como suicídio a causa da morte. O juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Juri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos permitiu o procedimento em agosto do ano passado.

Mesmo após o encerramento do inquérito, a família da médica preferiu não mais cremar o corpo, confirma o advogado Ruy Luiz Falcão Novaes, que atuou no caso. 

Logo após a morte, a irmã da médica requereu autorização judicial para atender a vontade que ela teria de ser cremada. O documento, com firma reconhecida juntado aos autos, declara que era a última vontade da vítima, que escreveu num bilhete: “meus restos mortais sejam cremados e as cinzas resultantes sejam deixadas no crematório Vila Alpina, em São Paulo”.

O corpo de Neide Mota Machado está sepultado no cemitério Memorial Park no bairro Pioneiros em Campo Grande.

Neide Mota morreu pela a injeção de “asfixia medicamentosa”, medicamento esse que paralisa os órgãos vitais da vítima.

A médica, que respondia processo judicial por prática de abortos, foi achada morta dentro de seu carro em novembro de 2009 e ao lado dela havia uma seringa e um frasco, na saída numa chácara próxima a saída de Cuiabá.

Neide Mota era acusada de ter utilizar a sua clínica de planejamento familiar por mais de vinte anos, na época localizado na rua Dom Aquino, como local de prática de abortos.