O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e fraude em licitação, segundo informação de seu advogado, Claudio Pimentel.

A assessoria de imprensa da Polícia Federal não confirma o indiciamento de Wagner Rossi. De acordo com o órgão, não serão dados detalhes do processo enquanto a investigação estiver em andamento.

Em agosto deste ano, Rossi pediu demissão da pasta após uma série de denúncias contra ele divulgadas pela imprensa. Rossi foi acusado de ser beneficiado com propinas recebidas em licitação, uso irregular de jatinho de empresa particular e envolvimento em irregularidades na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Nesta quinta-feira (3), Wagner Rossi prestou depoimento de quase duas horas, em Brasília, ao delegado da Polícia Federal Leo Garrido. Para o advogado Claudio Pimentel, o indiciamento foi precipitado, já que foi feito antes mesmo dos esclarecimentos do ex-ministro.

“Não há uma prova sequer do envolvimento de Rossi [no suposto esquema de corrupção]. Ele tinha função num nível de chefe de Estado, e não passa por suas atribuições acompanhar e nem fiscalizar processos licitatórios”, afirmou Pimentel.

O advogado confirmou que existem provas, “mesmo que frágeis”, do envolvimento de pessoas ligadas ao ex-ministro em contratos irregulares. No entanto, afirmou que o então ministro não tinha conhecimento dos atos ilegais.

Ortolan
José Luis Oliveira Lima, advogado do ex- secretário-executivo do Ministério da Agricultura Milton Ortolan, informou que seu cliente ainda não foi convocado pela PF.

Ortolan pediu demissão do cargo depois de a revista “Veja” publicar denúncia de que ele estaria envolvido com o lobista Julio Fróes, que teria um escritório dentro do ministério para negociar licitações.