Estudantes trocam faculdades no Brasil por cursos na Argentina
Já são mais de 25 mil brasileiros nesta situação. Eles são atraídos por faculdades mais baratas ou até de graça. O custo de vida também é mais baixo, se comparado com algumas cidades brasileiras. Mas é preciso tomar alguns cuidados antes de cruzar a fronteira. Rafael, por exemplo, foi ao país passar férias e decidiu […]
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Já são mais de 25 mil brasileiros nesta situação. Eles são atraídos por faculdades mais baratas ou até de graça. O custo de vida também é mais baixo, se comparado com algumas cidades brasileiras. Mas é preciso tomar alguns cuidados antes de cruzar a fronteira.
Rafael, por exemplo, foi ao país passar férias e decidiu ficar. Vai tentar ingressar no curso de relações internacionais. Mas o brasileiro tem um grande desafio: superar a barreira do idioma. Quem fala portunhol, a mistura improvisada de português com espanhol, pode não se sair bem no curso e depois no exercício da profissão.
Na Argentina não existe vestibular. São 103 instituições de ensino superior, 85% delas, públicas. A maioria em Buenos Aires. A ordem por lá é garantir acesso irrestrito à universidade. Segundo o governo, o país tem mais de um milhão e meio de alunos na faculdade, pelo menos 25 mil são estrangeiros.
Cursar desenho gráfico na UBA, a Universidade de Buenos Aires, não custa nada. Em São Paulo, a mensalidade pode custar R$ 2.500. Numa faculdade particular, na capital, 400 brasileiros estudam medicina. Dos 500 novos alunos que vão entrar 30% também são brasileiros.
O câmbio no país é favorável – um real vale mais de dois pesos. E as faculdades mais caras, como as de medicina, custam, ao final de sete anos, menos de R$ 14 mil.
Nahjla, de Goiás, não conseguia entrar numa faculdade pública e não tinha dinheiro para pagar uma universidade particular. Ela vai enfrentar oito anos de um curso difícil com uma desvantagem: vai ter que aprender castelhano.
Ione abriu uma empresa para ajudar os que precisam estudar bastante antes de ingressar numa faculdade argentina.
Não existe exigência, apenas fazer matrícula com identidade, certificado de conclusão do 2º grau. Depois de passar um ano cursando o período básico, exigido por qualquer faculdade, a dificuldade é outra. “Entrar é fácil, difícil é conseguir sair, porque é muito puxado”, diz Vanessa Soares, estudante.
Antes de fazer as malas, o estudante precisa saber das exigências do governo brasileiro. Tem diploma argentino que pode não valer no Brasil.
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