Além da divisão do estado de Mato Grosso representar encurtamento de distâncias para os moradores do sul de MS, a data traz à tona que há propostas de novos desmembramentos.

Há 34 anos, o então presidente da República, Ernesto Geisel, assinou a Lei Completar de nº 31, e o Brasil ganhou um novo estado – Mato Grosso do Sul. O objetivo era impulsionar o desenvolvimento, desmembrando uma grande região. Para moradores de Três Lagoas, a divisão representou maior proximidade com a capital.

Devido à posição estratégica e proximidade a uma fonte de energia elétrica, Três Lagoas, durante a ditadura militar, foi considerada Área de Segurança Nacional. A partir de 1970, os prefeitos passaram a ser nomeados pelo governador do estado, mediante aprovação do presidente da república.

O escolhido para chefiar o Executivo Municipal, naquela fase, foi Ramez Tebet.

Para a aposentada Leontina Queiroz do Nascimento, tudo começou a se concretizar em 1979, quando Harry Amorim Costa, assumiu o primeiro governo de Mato Grosso do Sul e foram implantadas as secretarias estaduais e os departamentos.

“Nesse período, nós ainda não tínhamos noção de como a divisão iria nos beneficiar. Entretanto, quando pudemos resolver, ali em Campo Grande, questões que antes tínhamos que viajar por 24 horas, em estradas precárias, até Cuiabá, começamos a sentir os benefícios. Tudo ficou mais fácil, até o de acompanhar o trabalho do Legislativo. Hoje, os meios de comunicação encurtaram ainda mais as distâncias e nos informam sobre a atuação de quem elegemos”, contou a ex-comerciante.


A Lei

Tudo começou quando o governo federal estabeleceu, em 1974, a legislação básica para a criação de novos estados e territórios. No ano seguinte, renasceram ideais divisionistas.  

O movimento tomou fôlego. Em 1976, a Liga Sul-Mato-Grossense, presidida por Paulo Coelho Machado, liderou a campanha. Do outro lado, a oposição era do governador de Mato Grosso, José Garcia Neto.

Trabalhando em sigilo, os integrantes da Liga levaram ao governo federal subsídios necessários para viabilizar a divisão do Estado. Mato Grosso tinha, à época, 93 municípios e 1.231.549 quilômetros quadrados.

A lei deixou Mato Grosso com 38 municípios e Mato Grosso do Sul com 55. Apesar de ter menos municípios, Mato Grosso ficou com a maior área: 901.420 quilômetros quadrados.


Novos movimentos

Novas propostas para a mudança no mapa do Brasil tramitam pelos corredores da Câmara dos Deputados. O Congresso tem propostas para criar 11 unidades da federação, entre Estados e territórios. E, se forem aprovadas, o país passará de 26 para 33 Estados e criará quatro territórios.

Pelo menos três propostas já ganham força, até pelo aspecto geográfico. Uma destas redivide Mato Grosso em três estados – Mato Grosso do Norte, Araguaia e Mato Grosso (reduzido).

Entretanto, alguns ainda condenam a primeira divisão e a data de 11 de outubro é pouco lembrada entre os mato-grossenses.