Empresa privada se intitula ONG e atua em nome de renais crônicos em Campo Grande

Empresa que vende pano de prato e saco de lixo, mesmo sem ser credenciada, pede dinheiro para garoto com doença rara

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Empresa que vende pano de prato e saco de lixo, mesmo sem ser credenciada, pede dinheiro para garoto com doença rara

Intitulada empresarialmente como Ong – Casa de Apoio ao Renal Crônico, uma empresa de caráter associação privada vem comercializando produtos como sacos plásticos para lixo, panos de prato, doces e temperos com a justificativa de que é para atender pacientes renais. 

O problema é que a casa, que é alugada no bairro Tijuca 1, não tem documentação necessária para este tipo de atividade assistencial, portanto opera na ilegalidade.

Para atuar como uma Organização Não Governamental (Ong) não pode ter fins lucrativos, ou seja, sem comercialização de produtos, mesmo dizendo que o contribuinte colabora e ganha um brinde.

Além disso, precisa de alvará da Vigilância Sanitária, Registro no Conselho Nacional de Assistência Social, alvará de funcionamento em local visível, laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros.

A reportagem foi até a Casa, que fica na Rua Monalisa, bairro Jardim Tijuca. Lá a equipe foi recebida por Ramona Darlene Cott, que se apresentou como diretora da “instituição”. Ela confessou que realmente não possui algumas documentações. Disse que sua intenção é legalizar, mas não revelou os motivos que a impedem de obter a papelada.

Outro ponto que chama a atenção é que na casa que diz prestar atendimento para pacientes renais crônicos encaminhados ou não por secretarias municipais de assistência social de todo Estado, não tem dormitórios para tanto. É uma residência bastante grande onde aleatoriamente são feitos encontros alusivos a datas comemorativas ou entrega de remédios.

A funcionária do setor de recursos humanos de uma empresa de grande porte de Campo Grande disse que o serviço de telemarketing da Casa de Apoio ao Renal Crônico ligou inúmeras vezes para ramais diferentes do estabelecimento que ela trabalha falando de uma campanha para ajudar uma criança que tem uma doença rara.

“Os funcionários pediram para que eu verificasse uma maneira de reunir o dinheiro e repassar. Como temos um fundo exatamente para isto liguei e pedi documentação, mas até agora nada. Falaram que iam mandar um ofício, mas queremos a documentação que prova a idoneidade da empresa, mas até agora nada”, revela Ana.

A campanha mencionada por Ana funciona da seguinte maneira: por meio de um telemarketing que não está abrigado na mesma Casa, são oferecidos os mais variados produtos, inclusive, estão pedindo uma contribuição de R$ 20 para ajudar o garoto M. Eduardo que tem uma doença rara.

A reportagem localizou os pais da criança e realmente ela existe e precisa de ajuda, mas o pedido agora é para que as doações em dinheiro sejam depositadas na conta da mãe do garoto, em um Banco Caixa Econômica Federal, Ag: 0857 CP: 01300020583-6, em nome de Rosemeire S. Sthepan.

Mais detalhes sobre o caso do garotinho podem ser obtidos pelo telefone: 9254-0913.

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