Duquesa doa fortuna para se casar com funcionário público

Ela é uma das mulheres mais ricas da Espanha, proprietária de uma dúzia de castelos cujas paredes são enfeitadas com obras de Goya, Velázquez e Ticiano, e é parente distante do rei James 2º, Winston Churchill e Diana, a princesa de Gales. Agora, porém, a 18ª duquesa de Alba está doando sua imensa fortuna pessoal […]

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Ela é uma das mulheres mais ricas da Espanha, proprietária de uma dúzia de castelos cujas paredes são enfeitadas com obras de Goya, Velázquez e Ticiano, e é parente distante do rei James 2º, Winston Churchill e Diana, a princesa de Gales. Agora, porém, a 18ª duquesa de Alba está doando sua imensa fortuna pessoal para ficar livre para se casar com um funcionário público comum.
De acordo com o Livro Guinness de Recordes Mundiais, Maria del Rosario Cayetana Alfonsa Victoria Eugenia Francisca Fitz-James Stuart y de Silva, nascida no palácio de Lira, em Madri, possui mais títulos que qualquer outro nobre do planeta, sendo duquesa sete vezes, condessa 22 vezes e marquesa, 24 vezes.
Como chefe da Casa de Alba, que existe há 539 anos, seus privilégios incluem o de não precisar ajoelhar-se diante do papa e o direito de entrar na catedral de Sevilha a cavalo.
Mas os filhos da duquesa, que tem 85 anos, vinham até agora obstruindo seus planos de casar-se com Alfonso Diez, 24 anos mais jovem que ela. A duquesa e Diez, que é funcionário público no departamento de previdência social e comanda uma empresa de relações públicas, são amigos íntimos há muitos anos.
Os seis filhos da duquesa –que, como ela gosta de observar, são todos divorciados– são frutos do primeiro casamento dela, com Pedro Luis Martinez de Irujo y Artazcoz, filho do duque de Sotomayor e morto em 1972.
A duquesa, que teria feito cirurgias plásticas extensas, chocou o país em 1978 ao casar-se novamente, dessa vez com um intelectual e ex-padre jesuíta, Jesus Aguirre y Ortiz de Zarate. Aguirre, que morreu em 2001, era filho ilegítimo, fato escandaloso mesmo na Espanha da década de 1970.
Em 2008 pareceu que o casamento proposto da duquesa com Diez tinha sido cancelado quando a Casa de Alba divulgou um comunicado dizendo que o relacionamento entre eles era “baseado numa amizade de longa data” e que não havia “planos de casamento”.
O comunicado se seguiu a um alegado telefonema do rei Juan Carlos desencorajando a duquesa de se casar com o funcionário público.
Mas, seja qual for a opinião do rei, parece que agora a duquesa vai seguir adiante com o casamento, e vieram à tona informações sobre como ela pretende superar a oposição de seus filhos: dando-lhes sua herança com antecedência, apesar de Diez ter assinado um documento em que renuncia a qualquer pretensão sobre a fortuna da duquesa. “Alfonso não quer nada. Ele só quer a mim”, disse a duquesa este ano.
De acordo com um relato publicado pelo jornal espanhol “El País”, o filho mais velho dela, Carlos, está herdando o Palácio Liria, em Madri, e o Palácio Monterrey, em Salamanca, além do controle geral sobre a fortuna familiar. Boa parte do patrimônio é administrada por uma fundação e, em troca de incentivos fiscais, pertence por lei à Espanha, não podendo ser vendido.
Mas a fortuna pessoal da duquesa é estimada em entre €600 milhões e €3,5 bilhões, e ela pôde dar um palácio a cada um de seus filhos e oito netos também, além de pedaços dos milhares de hectares de terra que possui na Espanha. Sua única filha, Eugênia, herda uma propriedade em Ibiza e outros 240 hectares de terra na região de Sevilha.
A duquesa insiste que não é tão rica assim. “Possuo muitas obras de arte, mas não posso comê-las, posso?”, ela protestou.
Entre as obras de arte que ela não pode comer estão, além de centenas de pinturas, uma primeira edição de “Dom Quixote”, o primeiro mapa da América desenhado por Cristóvão Colombo e o último testamento de dom Fernando 2º, o Católico, pai de Catarina de Aragão.

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