Após cair na véspera, o dólar comercial voltou a fechar em forte alta nesta quarta-feira (23), superando R$ 1,85, com os investidores fugindo de aplicações consideradas de risco por preocupações sobre a estabilidade dos bancos europeus e por sinais de que a crise de dívida pode estar começando a ameaçar a Alemanha.

A cotação da moeda norte-americana avançou 2,94%, fechando a R$ 1,8597 na venda. Este é o maior patamar de fechamento desde o dia 4 de outubro, quando a moeda fechou vendida a R$ 1,8685.

Na semana, a moeda dos Estados Unidos tem alta acumulada de 4,3%; no mês, a valorização é de 9,23%. Já ao longo do ano, o dólar já sobe 11,63%.

O aumento da incerteza e do receio dos investidores começou após dados fracos da indústria chinesa, conhecidos com o resultado do índice PMI para o setor manufatureiro da China, que caiu para 48 em novembro e mostrou a maior contração em 32 meses por causa da fraqueza da demanda local.

Mais tarde, a demanda relativamente fraca por títulos alemães em um leilão de bônus inquietou os investidores, que viram um sinal de que a crise na zona do euro está começando a afetar diretamente a Alemanha, maior economia da região.

Esse foi um sinal perigoso de que o ativo considerado mais seguro da zona do euro pode estar perdendo seu apelo entre os investidores, frustrados pela crise de dívida e pela falta de novas medidas para combatê-la.

Ainda nesta quarta-feira, o banco central da Grécia alertou que o país tem uma última chance de permanecer na zona do euro e precisa de um esforço máximo para evitar sua saída.