Quase dez meses após a revelação do escândalo das supostas funcionárias “fantasmas” no gabinete do ex-senador Efraim Morais (DEM-PB), a Diretoria Geral do Senado publicou no Boletim Administrativo Eletrônico da Casa nesta segunda-feira (14) a exoneração das servidoras  envolvidas no caso. As exonerações são assinadas pela diretora-geral do Senado, Doris Peixoto.

Lotada na Diretoria Geral do Senado, Mônica da Conceição Bicalho, foi exonerada por determinação do primeiro-secretário do Senado, senador Cícero Lucena (PSDB-PB). Ela estava sem receber salários desde maio do ano passado, quando o Senado instaurou uma sindicância para apurar o caso. Além de Mônica, também foram publicadas as demissões das supostas funcionárias “fantasmas”, as irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva.

Em 20 de maio, a Diretoria-geral do Senado instaurou a sindicância para investigar a contratação de funcionários “fantasmas” no gabinete do então senador Efraim.

À época, o senador negou ter conhecimento do caso e informou que havia mandado demitir as duas irmãs e a funcionária que estaria envolvida na questão. O que ocorreu apenas nesta segunda.

O caso veio à tona quando as irmãs Kelriany e Kelly denunciaram Efraim à Polícia Federal. Segundo a denúncia das irmãs, elas não tinham emprego fixo, mas recebiam o que acreditavam ser uma bolsa de estudos de R$ 100 que duas amigas teriam conseguido junto à Universidade de Brasília (UnB). Elas assinaram procurações.

De acordo com a versão contada por elas à PF, as amigas pediram documentos e autorização para abrir conta em banco e as levaram a locais fora do Senado para fazer um exame de saúde que seria necessário para a bolsa. Na verdade, se tratava de um exame admissional.

As irmãs Kelly e Kelriany só descobriram que eram funcionárias do Senado em abril do ano passado, quando uma delas conseguiu um emprego e foi abrir uma conta bancária. Elas descobriram que já estavam empregadas no gabinete do senador e que “recebiam” um salário de R$ 3,8 mil.

Segundo as irmãs que fizeram a denúncia, uma das amigas que teria pedido a procuração é a própria Mônica da Conceição Bicalho. Em nota, à época, a funcionária de Efraim afirmou que o senador não tinha conhecimento da contratação das duas irmãs. Disse ainda que as duas prestavam serviços externos ao gabinete.

A sindicância ainda não foi concluída e deve apurar irregularidades que tenham sido cometidas por funcionários do Senado. Efraim Morais não se reelegeu e não chegou a ser investigado no Senado.