Desde janeiro, quatro ciclistas já morreram no trânsito da Capital

O número de ciclistas em Campo Grande é crescente, cada vez mais pessoas usam a bicicleta para se locomover na Capital. No mesmo patamar crescem as mortes envolvendo os ciclistas, em 2011 já são quatro, mesmo numero do ano passado inteiro.

Segundo dados do Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS), desde março de 2011, morreu um ciclista por mês na Capital, enquanto cerca de 30 ficaram feridos em acidentes, no mesmo período.

O uso da bicicleta é crescente, pois é um meio de transporte de baixo custo e rápido. Porém a falta de ciclovias e atenção no trânsito, tanto por parte dos ciclistas como dos condutores faz crescer o numero de acidentes fatais.

O ciclista explica que faz uns dois anos que usa a bicicleta para trabalhar. “Acho muito perigoso, mas não tenho outra opção”, explica Fidelcino.

Já Denilson Alves Martins, de 20 anos, trabalha como pintor e diz que anda por toda a cidade para ir trabalhar. O jovem explica que é mais barato se locomover de bicicleta e mais prático também, pois demoraria mais se fosse de ônibus.

O pedreiro Valdir Jorge de Andrade, de 42 anos, não teve a mesma sorte e já aumenta a estatística de acidentes envolvendo ciclistas na Capital. Em maio deste ano, Valdir foi atropelado por uma motociclista no Jardim Canguru, ele estava indo trabalhar quando sofreu o acidente.

Valdir quebrou o tornozelo e está há dois meses sem trabalhar. “Não ando mais de moto porque já sofri vários acidentes e agora estou parado por causa da bicicleta”, destaca.

A Chefe de divisão de Educação no Trânsito do Detran, Inês Esteves, explica que a grande maioria dos ciclistas de Campo Grande são trabalhadores da construção civil, do quartel e de fábricas.

Com o objetivo de conscientizá-los sobre as regras e cuidados no trânsito, o Detran têm realizado palestras educativas nas empresas com maior concentração de ciclistas. Inês lembra que é obrigatório o uso dos equipamentos e segurança e as bicicletas devem estar adequadas para o uso, com freios e luminárias noturnas. Porém, como não há fiscalização dessas regras, dificilmente os ciclistas as colocam em prática.

Mesmo com as palestras, Inês ressalta que as ciclovias da Capital não são adequadas, pois elas não levam os ciclistas até seu destino. “É preciso ciclovias que se estendam por todo o município, para que as pessoas tenham uma maior segurança em se locomover”, destaca.

De acordo com o artigo 24 do Código de Trânsito Brasileiro, é de responsabilidade municipal implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de controle viário; além de garantir a segurança dos pedestres e ciclistas.