A MRV Engenharia distribuiu nota ao mercado esclarecendo que a informação sobre prática de trabalho escravo não procede e que “está tomando todas as medidas necessárias” para defesa de sua imagem e esclarecimento junto ao Ministério Público do Trabalho sobre como conduz a gestão de empresas prestadoras de serviço.

Ontem, quando procurada pela reportagem da Agência Estado, a construtora já havia se defendido das irregularidades que levaram o Ministério Público do Trabalho a ingressar com duas ações civis em Americana e São Carlos, no Estado de São Paulo, acusando a empresa de não cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho em serviços executados por terceiros. Segundo a MRV, as irregularidades ocorreram há mais de dez meses e foram imediatamente sanadas.

Na nota enviada hoje à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a MRV diz que “a retomada do assunto da forma que foi feita causa-nos estranheza e parece ter outras intenções que não apenas combater possível prática de trabalho escravo”. A companhia segue explicando que “não admite e nunca admitiu práticas de trabalho escravo em suas obras”, e que possui um processo rigoroso para contratação de prestadoras de serviço, “sendo todas devidamente regularizadas”, além de realizar inspeções de alojamentos “de maneira recorrente” em todas as obras, com registros fotográficos.

No processo em Americana, os procuradores pedem a condenação da companhia em R$ 10 milhões por supostos danos causados a trabalhadores reduzidos à condição análoga à de escravos, no empreendimento “Beach Park”, em fevereiro deste ano. Em São Carlos, a ação pede o pagamento de R$ 1 milhão relativo ao condomínio “Spazio Monte Vernon”, cujo ambiente de trabalho foi flagrado em condições precárias por auditores fiscais em dezembro de 2010. A MRV é a maior parceira da Caixa Econômica Federal no programa habitacional do governo.