Milícias rivais entraram em conflito pelo quarto dia consecutivo os arredores de Trípoli, na Líbia. Trata-se da maior onda de violência constante desde a captura e a morte do antigo líder e ditador do país, Muamar Kadafi, no mês passado. Os combates deixaram pelo menos quatro pessoas mortas desde o fim da semana passada e despertaram novas preocupações com a habilidade do governo de transição da Líbia para desarmar milhares de combatentes e restaurar a ordem depois de uma sangrenta guerra civil de oito meses.
O líder interino da Líbia, Mustafa Abdul-Jalil, declarou que o Conselho Nacional Transicional reuniu, durante o fim de semana, veteranos das áreas rivais – a cidade costeira de Zawiya e a cidade vizinha Warshefana – e a disputa teria sido resolvida. “Quero garantir ao povo líbio que tudo está sob controle”, afirmou. No entanto, enquanto ele falava, as lutas continuavam.
Na tarde deste domingo, jornalistas ouviram tiroteios e explosões de granadas nos arredores do principal campo militar do regime deposto. O campo, que foi base das forças de elite comandadas por um dos filhos de Kadafi, Khamis, está localizada numa estrada entre a capital Trípoli e Zawiya, a uma distância de 50 km.
O comandante local dos combatentes de Trípoli, Mohammed al-Hadwash, disse que homens armados de Zawiya e Warshefana disputam o controle do campo. Os combatentes de Zawiya bloquearam estradas nos arredores da cidade. Grupos de homens armados agitados gritavam no entorno dos pontos de inspeção, onde vasculhavam porta-malas de carros e checavam identidades.
A razão inicial para o conflito permanece incerta, embora haja rumores sobre relações de algumas pessoas de Warshefana com o antigo regime. Abdul-Jalil disse que o Conselho estabeleceu um comitê para avaliar as queixas de ambos os lados. Ele afirmou que as lutas foram iniciadas por jovens irresponsáveis, mas não deu mais detalhes.