Com nariz de palhaço, servidores do Samu de Três Lagoas reivindicam reposição salarial

Um dia após a prefeita, Márcia Moura (PMDB), propor aumento de 9,7% no holerit dos servidores do Samu, esses trabalhadores públicos iniciaram manifestações pelas ruas e trabalham com nariz de palhaço. Há três anos a classe clama pela reposição salarial, obrigatória por lei.

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Um dia após a prefeita, Márcia Moura (PMDB), propor aumento de 9,7% no holerit dos servidores do Samu, esses trabalhadores públicos iniciaram manifestações pelas ruas e trabalham com nariz de palhaço. Há três anos a classe clama pela reposição salarial, obrigatória por lei.

Sem reajuste ou reposição salarial desde a criação do Samu (Serviço Móvel de Urgência), em Três Lagoas, há três anos, os 40 servidores do órgão colocaram nariz de palhaço para protestar sobre a posição adotada pela Prefeitura quanto à proposta de aumento “sugerida”. O protesto ocorre desde o início desta quinta-feira (20), um dia após a reunião com parte do executivo municipal.

“Estivemos reunidos com a prefeita, Márcia Moura (PMDB), a secretária municipal de saúde, Eliane Brilhante, e outros membros do secretariado da Prefeitura, nesta quarta-feira (19). Na oportunidade, reiteramos nosso pedido de reajuste igualitário para todos, tomando por base os 50% concedidos aos médicos do SAMU, em junho deste ano”, expôs o técnico administrativo, Cléucius Abrahão Ataíde.

Segundo a enfermeira, Kátia Scarpari, a proposta da prefeita foi de 9,7% para os servidores do Samu. O que inclui os plantonistas, que correspondem aos cargos de socorristas condutores, técnicos em enfermagem, enfermeiros e os rádio-operadores, aos quais seria acrescida a gratificação de R$ 6 por plantão.

“Nunca tivemos aumento aqui no Samu, enquanto observamos diversas categorias sendo valorizadas. Até mesmo o salário do secretariado da Prefeitura pulou de R$ 7,5 para R$ 10 mil. Por que para nós não há dinheiro em caixa? Questionou a enfermeira servidora.

De acordo com esses servidores, o Samu tem atuado em escala reduzida, pois está havendo “migração” em massa dos condutores para empresas particulares devido ao baixo salário.

“Um profissional, com todas as qualificações que um socorrista condutor do Samu deve ter, é disputado no mercado de trabalho. As grandes empresas fazem propostas com salários compatíveis à responsabilidade dessa prestação de serviços. O servidor, mesmo concursado, opta por pedir exoneração do órgão público que não lhe remunera dignamente”, relatou Kátia.


PCCS

Com a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários todos os servidores de nível médio tiveram o recebimento igualado em R$ 1.035. Isso incluiu os técnicos administrativos, os rádio-operadores e os técnicos atendentes do Samu, que antes ganhavam, em média, R$ 586. Entretanto, para o restante dos profissionais, o PCCS praticamente não teve interferência no salário. A gratificação dos plantões se manteve no mesmo valor.

“Para alguns de nós, com o aumento proposto pela prefeita e o que foi dado por direito através do PCCS, o salário subiria em 58%. Entretanto, como isso não inclui a todos. Nossa classe decidiu não acatar a proposta. Esse pessoal da Prefeitura encara o PCCS de forma errônea. Ele é uma garantia, um direito e não um privilégio. O aumento ocorrido na ocasião foi exigência legal pelo fato dos salários entre os servidores, com a mesma escolaridade, estarem incompatíveis”, argumentou a enfermeira.

“Tivemos acesso ao teor do PCCS e constatamos que 10 cargos foram criados com salários de R$ 5 mil e outros com R$ 4 e 3 mil. Se há recursos para pagar servidores empossados nessas novas funções, porque não existe dinheiro para nos pagar em igualdade de direitos? Nossa posição é ou concede aumento igual para todos ou não iremos aceitar nada”, exclamou Clécius.


Greve

Para os servidores do Samu, a greve é improvável, pois, segundo eles, estão cientes de quanto o serviço que prestam é essencial à população.

“Estamos buscando apoio da sociedade para a nossa reivindicação. Nosso protesto tem sido através do uso desses narizes de palhaço e manifestações pelas ruas. Nesta noite estaremos em frente a uma faculdade na Cidade para expor nossa situação a comunidade universitária. Porém não podemos paralisar os trabalhos, pois quem sofreria é a população”, afirmou o técnico.

Segundo a enfermeira a prefeita Márcia Moura disse na reunião do dia anterior que aquela proposta era a final. “A prefeita foi categórica ao informar que não haverá contraproposta e que, caso aceitemos, devemos procurar a Prefeitura para que o aumento venha ainda neste mês. Contudo, estamos empenhados em manter nossa luta pelas ruas até que essa posição seja revertida”, finalizou a enfermeira do Samu.

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