Após ser alvo de uma investigação, o psicólogo Diederik Stapel, um dos mais proeminentes e premiados pesquisadores da Universidade de Tilburg, na Holanda, admitiu ter forjado dados em suas pesquisas.

“Cometi erros, mas eu estava e estou honestamente preocupado com o campo da psicologia social. Lamento a dor que causei a outros”, disse o cientista em nota divulgada em holandês.

Em abril deste ano, Stapel teve uma pesquisa publicada na respeitada revista Science, sobre o impacto da bagunça em um ambiente no estereótipo das pessoas. Embora não existam ainda provas de que esse trabalho em particular tenha tipo manipulação de resultados, o editor-chefe da publicação divulgou uma nota expressando “preocupação” sobre as conclusões divulgadas.

“O relatório inicial [da Universidade de Tilburg] (…) indica que a extensão da fraude de Stapel é grande. No aguardo de mais detalhes das descobertas do comitê de Tilburg, a Science publica esta Expressão Editorial de Preocupação para alertar nossos leitores de que sérias preocupações foram levantadas sobre a validade das descobertas desse trabalho”, diz a nota.

Segundo o líder das investigações contra Stapel, Pim Levelt, há pelo menos 30 trabalhos que certamente têm resultados falsos, e mais são esperados.

Os erros foram detectados quando três alunos de Stapel detectaram irregularidades em dados publicados. Eles avisaram o chefe do departamento, que começou a investigação. Stapel foi suspenso da universidade e colaborou com as investigações inicialmente. Depois se disse “fisicamente e emocionalmente incapaz de continuar”.

Os resultados finais da investigação ainda devem ser divulgados, mas o comitê ressalta que o cientista agiu sozinho e que seus coautores não sabiam do que estava acontecendo.