Chamado de “puro” e “amador” pelo presidente Arnaldo Tirone em entrevista ao Jornal da Tarde, publicada neste sábado, Luiz Gonzaga Belluzzo preferiu não polemizar. O ex-mandatário do Palmeiras disse não ter visto “maldade” nas declarações de seu sucessor. E mais: transmitiu a Tirone os “parabéns” pela assinatura da escritura do terreno que dá à WTorre a condição de finalizar a obra da Arena Palestra e explorá-la por 30 anos.

– Não vou fazer a oposição que fizeram comigo. Não vou partir para retaliação pessoal. Isso só gera prejuízo para o clube e eu não quero adicionar mais inquietação ao Palmeiras – disse Belluzzo.

– O Palmeiras precisa de paz neste momento, não precisa de mais turbulência, para poder disputar bem o Campeonato Brasileiro. É por isso que eu cumprimento o Tirone pela assinatura, porque isso vai levar o Palmeiras a outro patamar – emendou.

Sobre o termo “amador”, Belluzzo respondeu:

– Tenho certeza que o Tirone quis dizer que eu não me sujeito a fazer algumas coisas sujas, e isso eu não faço mesmo. Sou puro, como ele mesmo disse. Mas não posso ser chamado de amador, já que tenho duas empresas e uma larga experiência de trabalho.

Na entrevista ao Jornal da Tarde, Tirone chegou a comparar a situação política do Palmeiras com os conflitos vividos na trilogia “O Poderoso Chefão”. Na metáfora de Tirone, “o cara senta pra jantar com você e, quando você levanta, te dá um tiro nas costas”.

– Não acho que ele esteja se referindo às pessoas do clube como um bando de mafiosos, pelo contrário, tenho certeza que não foi essa a intenção dele. O que o Tirone quis dizer é que há muita discordância política, e que não é fácil ser presidente do Palmeiras. E isso eu sei bem: é muito difícil ser presidente do Palmeiras – disse Belluzzo.

A principal crítica de Tirone, porém, foi com relação à contratação de Valdivia. O atual mandatário do clube disse que o chileno foi um “péssimo negócio” para o clube, por ter custado caro, não render o esperado em campo e, pior, demonstrar falta de comprometimento ao “só querer saber de cair na noite.” Belluzzo disse não se arrepender da contratação.

– Eu também tive de arcar com várias contas de diretorias anteriores. Isso é normal em qualquer tipo de administração. Fizemos um esforço muito grande para trazer o Valdivia porque é um ídolo da torcida e ajudou o Palmeiras, juntamente com o Kleber, a ganhar seu último título, o Paulista de 2008. Não poderíamos imaginar que ele fosse se machucar tanto. Foi uma aposta que nós fizemos e eu não me arrependo.

Valdivia foi contratado do Al Ain, dos Emirados Árabes. Até o dia 15 de agosto o Palmeiras terá de desembolsar 6,5 milhões de euros (o equivalente a R$ 14,9 milhões) para pagar pela contratação, feita com empréstimo do banco Banif.

– Esse tipo de operação é normal. E foi depois da contratação do Valdivia e do Felipão que conseguimos renovar com a Fiat e obter mais patrocinadores – disse Belluzzo.