Faltando duas semanas para o julgamento, mãe de Rogerinho conta sua luta para superar a dor e se manter viva para cuidar da filha

“Eu achei que ia ficar louca. Um ano agüentei sem remédio, depois não consegui mais e comecei a tomar medicamentos para poder prosseguir”, foi com esse desabafo que Ariana Pedra, 24 anos, contou como vem suportando a perda do filho que completa dois anos em 18 de novembro deste ano.

Rogério Mendonça, de apenas 2 anos, foi morto ao ser atingido por um tiro disparado pelo jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, 62 anos, após uma discussão no trânsito entre ele e o tio de Rogerinho, como era chamado o menino, Aldemir Pedra Neto, 22 anos.

“As datas comemorativas são as mais difíceis. Passar o dia das mães sem ele, o dia dos índios, lembrando dele todo vestidinho…É muito difícil”, contou.

Ariana lembra que o mês de novembro passou a ser um mês muito difícil para toda a família.

“Começa com o dia dos finados, aí vem o aniversários da morte. E agora dia 29 o julgamento, no júri popular. Estou este mês todo pisando em ovos”, relata.

A mãe que precisou superar a dor para dar suporte a filha Ana Maria, 7 anos, que também estava no carro no dia do acidente diz que todos os dias tem que se superar pois a filha precisa dela e ainda sofre com tudo. “Ontem ela acordou em pânico no meio da noite, ela ainda sofre muito com tudo isso”.

Ariana conta que a filha precisou fazer terapia pós-trauma e que até hoje sofre com a perda do irmão.

Na casa da família, a lembrança de Rogerinho é viva. Na sala da casa foi feito um altar em homenagem ao menino. O carinho e o amor de todos pelo menino que se foi de forma tão bruta segue latente para quem quiser ouvir.

O caso

Uma briga de trânsito entre o jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, na época com 60 anos, e Aldemir Pedra Neto, 20 anos, causou a morte trágica do menino Rogerinho, Rogério Mendonça, de apenas 2 anos. Ele foi atingido por um tiro disparado por Agnaldo contra o carro que era dirigido por Aldemir, tio do garotinho.

Agnaldo e Aldemir discutiram por causa do trânsito na região central de Campo Grande. Os tiros foram disparados pelo jornalista na avenida Mato Grosso quase esquina com a rua Rui Barbosa. Rogerinho estava no banco traseiro da caminhonete onde foi atingido por um dos cinco tiros disparados pelo jornalista.

A irmã de Rogerinho, na época com 5 anos, e o avô do garoto, João Afonso Pedra, 52 anos, também estavam no veículo. O avô foi atingido por um disparo no queixo.