Cadeirante hemofílico é atropelado em plena campanha em prol de pedestres
Rapaz de 26 anos conta que atravessava faixa de pedestre com sinal livre para ele e outras pessoas quando condutor parou e, derrepente, acelerou e foi em direção ao grupo.
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Rapaz de 26 anos conta que atravessava faixa de pedestre com sinal livre para ele e outras pessoas quando condutor parou e, derrepente, acelerou e foi em direção ao grupo.
Paulo Aurélio Franquini, 26 anos, foi mais uma vítima do desrespeito no trânsito. Neste sábado, 12, ele atravessava a faixa de pedestre em sua cadeira de rodas quando um condutor dirigindo uma caminhonete avançou o sinal vermelho e o atingiu. O detalhe é que o rapaz, que é vendedor ambulante, sofreu as conseqüências das ruas em plena campanha “Pedestre, eu cuido”, desencadeada em Campo Grande, na última quinta-feira, em Campo Grande.
O cadeirante conta que vende sorvetes na esquina na Rua Barão do Rio Branco com 14 de Julho, centro da Capital, há a aproximadamente dois meses. Porém, outros produtos como cartelas de loterias há bem mais tempo. Ele narra que por volta das 10h30 deste sábado foi cruzar a rua utilizando a faixa de pedestre, junto com outras pessoas, quando uma caminhonete modelo L200, prata, parou e derrepente o condutor acelerou e avançou o sinal vermelho.
Paulo lembra que tudo foi muito rápido. “Só lembro-me de ter visto rapidamente vindo pra cima de mim. Quando olhei meu sorvete estava todo espalhado pelo chão e as pessoas correndo pra ajudar a juntar e me socorrer, mas nada de grave sofri”, diz.
Além do fator emocional que deixou Paulo abalado, a cadeira de rodas ficou arranhada e o sorvete caído no chão. Após do fato, o cadeirante lembra que o condutor do veículo parou a poucos metros do atropelamento, mas não desceu do carro. Depois foi embora. Testemunhas anotaram a placa e se ofereceram para ser testemunha do rapaz.
Agradecido
Paulo se diz uma pessoa agradecida por não ter acontecido um colisão mais grave com ele que pudesse ter provocado machucados, pois é hemofílico do tipo A (doença que incapacita o corpo de controlar sangramentos). Por conta da doença recebe um benefício social do Governo Federal no valor de um salário mínimo, mas complementa a renda revendendo sorvetes para ajudar no orçamento familiar.
“Vivo na Santa Casa por causa da hemofilia. Se tivesse me machucado bastante, poderia até morrer”, disse ao receber a equipe de reportagem em sua casa, no bairro Silvia Regina.
Trânsito
Embora seja um vendedor ambulante da região central da Capital, Paulo Aurélio não sabia da campanha iniciada na quinta-feira, onde o objetivo é educação no trânsito com foco protetivo ao pedestre. “É cãoplicado o trânsito de Campo Grande”, diz misturando as palavras cão e complicado para definir a dificuldade diária que enfrenta.
A rotina do rapaz começa logo cedo ao sair de casa em sua cadeira de rodas. Auxiliado pela mãe Antônia Rodrigues, 56 anos, que o ajuda empurrando a cadeira até o terminal de ônibus Júlio de Castilho, Paulo já tem o primeiro obstáculo para ter acesso ao terminal por conta de problemas na guia que está quebrada.
Um segundo problema apontado pelo cadeirante é dentro do ônibus, pois a maioria das pessoas não respeita o espaço destinado para cadeirantes. Ele cita também que bancos destinados para grávidas, idosos, obesos, mulheres com crianças de colo também, normalmente, são ocupados para passageiros “comuns” e que não cedem o lugar.
Depois de descer do coletivo começa a “batalha” para ter acesso às calçadas. “Tem calçada mais alta, sem rebaixamento, gente que estaciona no local rebaixado para passar cadeiras de rodas, buracos, falta até de calçamento. “Agora veio este susto de hoje. Nem fiquei mais lá pra vender meu sorvete. “Fiquei tão abalado que resolvi voltar para casa, ao invés de tentar faturar mais um pouco”, relata Paulo que diz ter R$ 15,00 de lucro em cima do investimento que faz para comprar o produto.
Campanha
Lançado na manhã desta quinta-feira (10), o projeto ‘Pedestre, Eu Cuido’, na Rua Dom Aquino, área da Praça Esportiva Belmar Fidalgo, busca conscientizar os condutores de veículos sobre a preferência dos pedestres durante a travessia da faixa destinada a eles. O Projeto é uma parceria entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS), a Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (Ciptran) e entidades que compõem o Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT).
A campanha foi implantada, inicialmente, em sete pontos entre os quais no Mercado Municipal com as ruas 15 de novembro e 7 de setembro, Belmar Fidalgo e Pestalozzi, e numa segunda etapa em mais cinco pontos da cidade. Haverá um trabalho de informação e conscientização que se estenderá até o dia 30 de novembro e a partir desta data os motoristas infratores serão penalizados.
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