Bulgária recebe Dilma como líder, mas agenda é rala

Se em julho a produção industrial parecia reagir em relação aos meses anteriores, com um crescimento de 0,3%, em agosto voltou a cair 0,2%, mantendo o acumulado do ano com saldo medíocre de 1,4% positivo. A reação do governo, procurando estimular a indústria por meio do Programa Brasil Maior, infelizmente baseou-se mais no aumento do […]

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Se em julho a produção industrial parecia reagir em relação aos meses anteriores, com um crescimento de 0,3%, em agosto voltou a cair 0,2%, mantendo o acumulado do ano com saldo medíocre de 1,4% positivo.

A reação do governo, procurando estimular a indústria por meio do Programa Brasil Maior, infelizmente baseou-se mais no aumento do protecionismo do que na redução da carga tributária que torna a administração das empresas muito pesada, com sua complexidade e as mudanças.

O problema da indústria nacional está na incapacidade de enfrentar os produtos importados, seja por falta de uma tecnologia inovadora, seja em razão de preços muito superiores aos do exterior – e não só por causa de uma taxa cambial que o recente processo de desvalorização deveria minimizar.

Deste ponto de vista, cabe notar que a categoria com maior queda em agosto foi a de bens de consumo duráveis (2,9%), dentro da qual se verifica um recuo de 5,9%, para material eletrônico e equipamentos de comunicações, e de 3,2%, para aparelhos e materiais elétricos – bens que têm uma demanda muito importante e que foram importados.

Um ponto positivo é que a produção de bens de capital cresceu 0,9% – a produção de bens seriados cresceu 10,5% e a de bens não seriados, 9,8%. Isso indica que a indústria brasileira, malgrado uma performance medíocre, se aproveitou de uma taxa cambial atraente para se modernizar.

O Brasil continua sendo um produtor de veículos automotivos não desprezível: sua produção em agosto aumentou 1%. No entanto, não se pode esquecer de que nesta produção a parte dos componentes importados é significativa, mesmo o governo querendo limitá-la a, no máximo, 40%. Isso explica a redução de 0,2% dos bens intermediários.

Se a produção da indústria extrativa ficou estável (aumento de 0,1%), permitindo pensar que os minérios continuam a ter uma demanda significativa, registra-se um recuo dos produtos alimentícios básicos e elaborados, o que pode indicar menor exportação desses itens, embora o Brasil exporte essencialmente produtos brutos.

O fato é que os resultados da produção industrial não transmitem uma imagem de economia muito dinâmica. O Brasil está muito atrasado em termos de inovação e, em certa medida, o aumento do preço das commodities esconde as verdadeiras necessidades de uma indústria que não pode viver com a atual carga tributária.

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