Tite tentará neste domingo pôr fim aos 100% de aproveitamento do São Paulo no Campeonato Brasileiro para colocar o Corinthians bem próximo da liderança. Atrás de seu primeiro título dirigindo uma equipe paulista, o treinador encara no fim de semana o clube que esteve muito próximo de assumir na temporada 2003.

Depois de dois anos e meio no Grêmio, Tite foi procurado pela diretoria tricolor, na época encabeçada pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa e pelo então diretor de futebol Juvenal Juvêncio, hoje todo-poderoso do time do Morumbi. O acordo só não aconteceu por causa de um problema familiar do comandante.

– Cheguei a ir até a casa do Juvenal para conversar, mas a direção gostaria que eu assumisse a equipe imediatamente. Eu não tinha condições porque minha esposa estava grávida e havia acabado de perder o bebê – recordou o técnico alvinegro.

Na ocasião, especulou-se que a negociação foi encerrada por divergências salariais. Bicampeão gaúcho e da Copa do Brasil pelo Grêmio, Tite teria pedido muito dinheiro para fechar com o Tricolor paulista. Pouco tempo depois, acabou acertando com o São Caetano, onde permaneceu até 2004.

– Muita gente falou que o problema com o São Paulo foi a grana, mas não é verdade – ressaltou.

Tite não guarda mágoa ou arrependimento por não ter entrado em acordo com a cúpula tricolor. Depois de deixar o Azulão, o comandante chegou ao Corinthians, tirando o clube da zona do rebaixamento e o levando até a quinta colocação, uma abaixo do grupo que se classificou para a Libertadores. Entretanto, já em 2005, pediu demissão por divergências com Kia Joorabchian, chefe da polêmica parceira MSI.

– Eu não me arrependo. Na época, não poderia assumir o São Paulo vivendo tudo aquilo. Não sou um cara que consegue estar aqui trabalhando sem pensar em casa – finalizou.