Com banners que diziam “Chevron: sua sujeira, nosso problema”, os ativistas do Greenpeace realizaram, na manhã desta sexta-feira (18), um protesto diante do prédio onde ficam os escritórios da petroleira, no Centro do Rio.

Eles despejaram barris de “petróleo” – na verdade uma substância produzida com tinta atóxica. De acordo com os ativistas, o objetivo é reforçar que as causas do vazamento de óleo no campo de Frade, na Bacia de Campos, e os planos da empresa para contê-lo e reduzir seu impacto na biodiversidade da costa fluminense continuam muito mal explicados.

“O Greenpeace quer transparência da Chevron e dos órgãos do governo a respeito do acidente. As informações que se tem até agora são contraditórias. A empresa minimiza o problema. Mas a mancha de óleo pode ultrapassar 160 quilômetros quadrados de extensão”, afirma Leandra Gonçalves, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

“Surpreende que a empresa não tenha se prontificado a levar a imprensa e organizações da sociedade civil até o local do acidente e até agora tenha se limitado a soltar comunicados vagos sobre o que está acontecendo na costa do Estado do Rio”, diz ela.

“Tanto segredo é um sinal de que a Chevron não tem um plano de segurança adequado. O Brasil não pode virar o Golfo do México.”

Objetivo

De acordo com os ativistas, o objetivo é reforçar que as causas do vazamento de óleo no campo de Frade, na Bacia de Campos, e os planos da empresa para contê-lo e reduzir seu impacto na biodiversidade da costa fluminense que continuam muito mal explicados. Após protesto do Greenpeace, funcionários limparam entrada da Chevron.

Impacto

No fim da noite desta quinta-feira (17), após a Agência Nacional de Petróleo (ANP) afirmar que a primeira fase do fechamento das fendas da jazida estava concluída, a Chevron Brasil anunciou que o vazamento tinha se reduzido a um “gotejamento ocasional”. Segundo o comunicado, o volume de óleo visível na superfície era de cerca de 65 barris/dia. Antes, estimava-se um valor entre 400 e 650 barris. A mancha teria 8 km de extensão por 300 m de largura e, sem contornos regulares, 1,8 km2 de área. Ambientalistas, entretanto, contestam a informação. De acordo com um representante de uma ONG americana, o vazamento teria um volume diário de 3.700 barris e a mancha teria o dobro da área da cidade do Rio de Janeiro.