Na segunda-feira (4), a pedido da defensora pública Débora Maria de Souza Paulino, os técnicos da Vigilância Sanitária de Costa Rica realizaram inspeção na cadeia pública municipal e vão produzir um laudo sobre as condições do local.

O engenheiro Civil Darlan Luiz de Silva vai elaborar outro lado sobre as condições estruturais do prédio. Os dois laudos devem ficar prontos nesta terça-feira (5) e serão utilizados para apontar as péssimas condições do local.

O local está com infiltração de água pelas paredes, mau cheiro, alguns dos 34 presos estão doentes e expostos a uma epidemia de gripe, além de estarem sujeitos a contrair tuberculose. De acordo com a defensora, o prazo que o governo do estado pediu para entregar o novo prédio da delegacia – pronto desde dezembro passado – já se esgotou.

As celas medem cerca de 20 metros quadrados cada uma, e o espaço foi projeto para abrigar oito detentos, sendo quatro em cada cela. No interior, o calor é insuportável, as instalações hidráulicas estão rompidas e o risco de incêndio é iminente, uma vez que as instalações elétricas estão em más condições.

Em uma das celas um cano de esgoto rompeu e está exposto. Com as últimas chuvas, uma telha quebrou e o vazamento aumentou. Além disso, uma das portas que dá acesso ao local se deteriora.

Promessa

O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini Brasil, havia prometido ao promotor de justiça da comarca, George Cassio Tiosso Abbud, que no dia 28 de março os responsáveis pela empreiteira visitariam as instalações da nova delegacia. No dia 29, o engenheiro responsável pelo projeto iria vistoriar o prédio, mas a promessa não foi cumprida.

Cobrança

O promotor cobrou o governador André Puccinelli no dia 24 fevereiro quando inaugurou o prédio do INSS em Costa Rica para entregar as instalações da delegacia. Puccinelli disse no evento que no máximo em 45 dias entregaria o prédio. O prazo estipulado termina no dia 10 de abril.

Até o bispo Dom Antonino Migriore, da Diocese de Coxim, visitou o local no dia 19 de fevereiro e ficou surpreso com as condições em que os detentos estão aprisionados. Segundo ele, essa cadeia é a que está em pior estado de conservação. “Visito todas as cadeias por onde passo, essa é a pior de todas”, disse o religioso.

Dom Antonino lamentou o fato de ter um prédio novo, com novas celas prontas para ser ocupadas, porém aguarda os entraves da burocracia.  O bispo reivindicou ao governador e ao secretário a transferência dos detentos para o novo prédio.