Reportagem publicada hoje na Folha.com, na véspera do Dia Internacional da Liberdade de Impresa, diz que ONGs de todo o mundo anunciaram que a América Latina está em vias de se tornar um lugar mais perigoso para jornalistas.

Foram 31 mortos no exercício da profissão em 2010, segundo relatório da segundo do Instituto Internacional de Imprensa (IPI). A principal causa seria dois países –México e Honduras– que contribuíram para que a região concentrasse um terço dos 92 repórteres assassinados em todo o mundo em 2010.

O México, com 12 jornalistas assassinados, é o segundo país mais perigoso para os profissionais de comunicação, atrás apenas do Paquistão, com 15 mortes, de acordo com o relatório do IPI. Em Honduras, dez repórteres foram mortos no mesmo período.

Diante dos ataques a jornalistas no México, a ONG Freedom House rebaixou o país como “não livre” para a imprensa, por conta da “violência associada com o tráfigo de drogas, que levou ao crescimento do autocensura e da impunidade”.

Na Venezuela, a ONG Espaço Público alertou para o aumento à censura à mídia por parte do governo do presidente Hugo Chávez. Foram registrados 52 casos de intervenção estatal em 2010, o que representa 32,7% de todos os 159 ataques à imprensa do país no ano.

Menos livre

Em todo o mundo, segundo balanço da Freedom House em 196 países, 35% dos Estados seriam de impresa livre, 33% parcialmente livre e 32% não livre.

Isso significa dizer que de cada 6 pessoas no planeta, apenas um vive com uma imprensa livre. Segundo a House of Press, o cenário da liberdade de imprensa está em seu patamar mais baixo em uma década.

A mesma pesquisa global sobre indenpendência da mídia percebeu que houve uma maior restrição à imprensa no Oriente Médio e no norte da África, em 2010.

Ontem, o relator especial das Nações Unidas para a Liberdade de Expressão e Opinião, Frank La Rue, saudou a “grande contribuição” de jornalistas, ativistas e blogueiros para as revoluções na comunidade árabe.

A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) denunciou que, após as onda de revoltas árabes, as regiões de Magreb e Oriente Médio se tornaram uma das maiores “depredadoras” da informação livre este ano.

A RSF declarou que na Síria, Líbia e Iêmen “a obstrução da informação chegou até o assassinato”, como no caso de dois jornalistar mortos no Iemen em março por “francoatiradores pagos pelo poder”.