A presença do escritor gaúcho Moacyr Scliar, morto na madrugada deste domingo (27), em Porto Alegre, vai fazer falta à Academia Brasileira de Letras. Assim resumiu o presidente da instituição Marcos Vinicios Vilaça, que lamentou a perda do ocupante da cadeira nº 31 desde 2003, ao mesmo tempo em que elogiou sua postura dentro e fora da ABL.

“A academia está muito magoada com a perda do Moacyr. Com sua competência, disposição e vigor fazia muitas conferências, e levava a mensagem, o nome e o prestígio da academia para o mundo inteiro. Além disso, era um homem frequente em nossa vida acadêmica. Tinha o hábito de vir do Rio Grande do Sul para o Rio quase toda a semana”, disse Vilaça

Para o presidente, os mais de 70 livros de diversos gêneros literários publicados pelo autor, seus textos adaptados para cinema, televisão, rádio e teatro e a colaboração semanal em alguns jornais davam “dimensão múltipla à sua figura, encorpando também a imagem da academia”.

“Além do mais, foi um romancista que tratou de alguns temas com paixão, mas sem passionalismo. Moacyr não era o homem da diáspora, era o homem da convergência. E tudo isso vai nos fazer falta, não temos dúvida”, comentou o presidente, que determinou luto de três dias na instituição em homenagem ao escritor.

Sessão de Saudade

Na próxima terça-feira (1º), a ABL realiza na sede localizada no Centro do Rio, às 16h, a Sessão de Saudade. Na ocasião, os acadêmicos vão se manifestar sobre a vida e a obra do autor gaúcho. Ao fim do encontro, será declarada vaga a cadeira 31, inaugurando-se o processo sucessório. O prazo de recebimento de inscrições é de 60 dias. Um mês depois deste período, a ABL marcará a data para a eleição do novo acadêmico.

“A gente espera que a academia tenha sorte e, sobretudo, muito cuidado em realizar esta. É preciso que tenhamos, neste momento, talento e prudência para escolher um membro que dê frequência à obra e ao legado de Scliar”, concluiu.