Venda de carros deve passar de 320 mil unidades no mês
O fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis levou muitos consumidores às lojas e feirões no fim de semana e a indústria automobilística já comemora o melhor mês em vendas da história. Na quarta-feira, 31, último dia do benefício que vigorou por mais de um ano, o número de licenciamentos de […]
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O fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis levou muitos consumidores às lojas e feirões no fim de semana e a indústria automobilística já comemora o melhor mês em vendas da história.
Na quarta-feira, 31, último dia do benefício que vigorou por mais de um ano, o número de licenciamentos de modelos novos deve superar a marca de 320 mil veículos. O recorde até agora foi obtido em setembro do ano passado, com 308,7 mil unidades.
Até sexta-feira, as vendas já somavam 281,4 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus, volume 27% superior ao de todo o mês de fevereiro e quase 4% maior em relação ao de março de 2009 inteiro, segundo dados preliminares baseados nos registros de licenciamentos.
Recorde mensal
Se a média diária de vendas do mês for mantida entre segunda e quarta, a indústria encerrará março com 320 mil a 330 mil unidades vendidas, estabelecendo um novo recorde mensal. No comércio, há quem aposte em resultados próximos a 350 mil unidades.
No acumulado de janeiro a março, as vendas até sexta-feira somam 715,6 mil unidades, 12,7% acima do registrado no mesmo período de 2009, também o melhor trimestre da história. Só em automóveis e comerciais leves foram vendidas 680,8 mil unidades.
Entre as três maiores fabricantes brasileiras, a Fiat lidera o mercado, com 22,6% das vendas. Só no último fim de semana a Fiat vendeu 8 mil veículos nos feirões realizados em São Paulo e nas lojas de todo o País. De acordo com a empresa, a média dos últimos finais de semana de promoções foi de 6 mil unidades.
A segunda posição no ranking do trimestre segue com a General Motors, com 20,7% de participação nas vendas, seguida de perto pela Volkswagen, com 20,2%.
Depois do recorde, a indústria automobilística se prepara para substancial queda nas vendas em abril, ciente de que o desempenho de março é fruto da antecipação de compra por parte dos consumidores que quiseram aproveitar o corte do IPI. Sem o benefício, os preços dos carros novos devem subir entre 3% e 4%. O repasse não deve ser imediato. Alguns lojistas, por exemplo, já preparam campanhas com o mote “aqui o IPI continua reduzido”.
Para os automóveis com motor 1.0, a alíquota do IPI volta a ser de 7% em 1.º de abril e, para os modelos até 2.0, de 11%. Vários comerciais leves, como as picapes, seguem com IPI reduzido até o fim de junho.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, não vê a “ressaca” de abril, que pode se estender até maio, como motivo para alterar projeções que apontam para um novo recorde anual.
Segundo ele, a projeção das montadoras é de um crescimento de 9,3% nas vendas totais neste ano na comparação com 2009, atingindo 3,4 milhões de veículos. Como os negócios no primeiro trimestre estão quase 13% superiores aos de igual período do ano passado, há espaço para acomodação.
Primeiro zero
O recorde de vendas tem sido alimentado por uma camada de consumidores que está tendo acesso ao primeiro carro zero. Pesquisa recente feita pela empresa de varejo M. Santos com consumidores que adquiriram carros em feirões na capital de São Paulo mostra que mais de 40% deles estavam comprando carros zero quilômetro pela primeira vez.
Mais do que o corte do IPI, as facilidades do crédito, com financiamentos de longo prazo, tem permitido a consumidores com renda mensal entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil adquirir carros zero quilômetro. Há bancos oferecendo parcelamento em até 80 meses.
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