Um acordo entre o governo do Uruguai e a Universidade da República (Udelar) determina que se retomem as escavações, no primeiro semestre de 2011, em busca de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos do período da ditadura no país (1973 a 1985). As informações foram confirmadas pelo secretário da Presidência da República, Alberto Breccia, e o Ministério da Defesa do Uruguai.

A equipe de antropólogos da Universidade da República trabalhará em parceria com os técnicos e especialistas do governo. Inicialmente, as buscas serão feitas na região do prédio do 14 º Batalhão de Arlington onde há suspeitas da existência de um cemitério clandestino. As atividades serão coordenadas pelo chefe de Antropologia Forense da Udelar, José López Mazz.

Paralelamente, as prefeituras dos municípios de Montevidéu (capital do Uruguai) e Canelones vão contribuir com o fornecimento de máquinas e apoio para que os técnicos e especialistas tenham condições de escavar em áreas que estão sob poder .

No segundo semestre deste ano, houve os primeiros trabalhos de escavações na região do prédio do 14 º Batalhão. As escavações só foram possíveis porque a Justiça determinou a busca pelos restos mortais. Para o juiz criminal Pedro Salazar há elementos que levam às suspeitas da existência de sepulturas clandestinas a desaparecidos políticos durante a ditadura militar.

Há dois meses, o Congresso do Uruguai aprovou o fim da chamada Lei da Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado – a Lei da Anistia. Por ela, os militares que governaram o país ficavam livres das acusações. Foram mais de 12 horas de e a votação pela extinção da lei foi aprovada com folga.

O presidente do Uruguai, José Mujica, foi militante do Movimento da Libertação Nacional, que combatia o regime militar. Em 1972, Mujica foi preso e só ganhou a liberdade em 1985 com a redemocratização do país.