Exato um mês após as enchentes que atingiram 28 municípios de Alagoas, implicações relacionados à saúde pública e o comprometimento dos sistemas de abastecimento de água e energia elétrica são alguns dos problemas encontrados em várias cidades do Estado. 
Segundo relatório final da Defesa Civil, as enchentes deixaram 27 mortos e 29 pessoas desaparecidas no Estado. Além deles, 27.757 pessoas ficaram desabrigadas e 44.504, desalojadas. Dos municípios atingidos, 15 decretaram calamidade pública e outros quatro estão em estado de emergência. Os decretos já foram reconhecidos pela Defesa Civil Nacional e tem validade de 90 dias –podendo ser prorrogado por igual período.
Passado o momento de solidariedade e apoio dos voluntários, o Estado começa a enfrentar a dura missão de atender às vítimas da tragédia com apoio cada vez mais restrito de voluntários. O governador Teotonio Vilela Filho disse que Estado se preparou para o “abandono” da solidariedade. “A cada dia sai das manchetes dos jornais e começa a fase da solidão diante dos problemas até mais agravados. Não é mais a emergência, mas é uma situação da vulnerabilidade muito grande. E o Estado, incluindo aí Estado, União e municípios, precisa, mais do que nunca, não levar a cabo a reconstrução da normalidade, das casas, da infraestrutura”, afirmou.
Desabrigados
Segundo o governo do Estado, os desabrigados ocupam hoje 79 abrigos, a maioria deles superlotados e com condições precárias de ocupação e higiene. O maior número de prédios ocupados está em União dos Palmares, onde 24 locais abrigam vítimas das enchentes –a maioria em prédios públicos como escolas e ginásios de esportes. Cada um dos abrigos nas cidades afetadas abriga, em média, 1.100 pessoas.
Segundo o programa de reconstrução das cidades, criado pelo governo do Estado para coordenar os trabalhos pós-enchentes, até este domingo (18) apenas 45 famílias do município de Murici deixaram os abrigos e passaram a morar em barracas montadas em um acampamento. 
Nesta semana, outras dezenas de famílias desabrigadas de Murici, Branquinha e União dos Palmares devem ser transferidas. A meta é, em 30 dias, concluir os trabalhos e esvaziar os prédios que hoje servem de abrigo, mas o prazo pode atrasar devido às chuvas, que impedem a preparação das áreas. Os acampamentos devem ter cozinhas, lavanderias e banheiros coletivos.
Já a construção das casas, segundo a Caixa Econômica Federal –gestora do programa Minha Casa, Minha Vida–, devem começar a ser construídas a partir do final de agosto. Dos 19 municípios em estado de emergência ou calamidade pública, 13 já apontaram áreas para receber as residências. O programa de reconstrução do Estado prevê que 18.500 casas devem ser reerguidas.