Apontado como um dos países latino-americanos com melhores avaliações de qualidade de vida, a Costa Rica apresenta uma série de características próprias – como a ausência de Exército e a existência de dois vice-presidentes. Hoje (7) cerca de 2,8 milhões de eleitores irão às urnas para escolher o novo presidente e os dois vice-presidentes que governarão o país por quatro anos. Três candidatos estão na disputa embora a tendência seja de polarização entre a candidata governista, Laura Chinchilla, e o oposicionista Otto Guevara.

Apesar de ocorrer uma aparente diferença elevada de votos entre os dois candidatos, indicada em pesquisas de opiniões, analistas políticos afirmam que haverá segundo turno. Pesquisas mais recentes mostram que Chinchilla, do Partido Libertação Nacional (PLN), conta com 41,9% das intenções de votos, seguida por Guevara, do Movimento Libertário (ML), com 22,9%, e por último, Otto Solís, do Partido Ação Cidadã (PAC) que teria 19,9%.

Chinchilla faz campanha acompanhada pelo ex-presidente Óscar Arias Sánchez, Prêmio Nobel em 1987 – ele recebeu o prêmio por sua atuação pela busca de um acordo durante o conflito entre a Nicarágua e El Salvador. Com um perfil político associado à ideologia de esquerda, a candidata apresenta posições conservadoras sobre temas específicos. Ela já se declarou contra a liberação do aborto e o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo. É ligada aos movimentos religiosos.

Guevara fez uma campanha baseada no humor e na ironia. Defendeu ideias opostas às apresentadas por Chinchilla. Na sua propaganda eleitoral, a adversária é representada por uma boneca marionete que age de acordo com as orientações de Arias.  Nos últimos dias Guevara saiu às ruas e afirmou que fez uma campanha sem recursos, por isso só poderia oferecer a seus eleitores camisetas e alimentos.

Pela terceira vez concorrendo à Presidência da República, Solís tem um discurso centralizado nas relações externas. É favorável ao estreitamento cada vez mais intenso com os Estados Unidos e o Brasil e vê com restrições a aproximação com os integrantes da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba).

Porém, para ampliar as possibilidades da economia costarriquenha, Solís defende que ocorram relações comerciais com a Alba em busca de melhores possibilidades para a compra de petróleo e derivados.

Cerca de 200 observadores estrangeiros acompanharão as eleições deste domingo (7) em Costa Rica.