Senador recebe grevistas e questiona papel do governo na Santa Casa

Lideranças da classe da enfermagem que está em greve na Santa Casa apresentaram suas reivindicações ao senador Valter Pereira (PMDB), em reunião no escritório político do parlamentar nesta segunda-feira (30) em Campo Grande. Negociações salariais com a direção da entidade e a situação crítica em alguns setores do hospital foram a pauta do diálogo. A […]

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Lideranças da classe da enfermagem que está em greve na Santa Casa apresentaram suas reivindicações ao senador Valter Pereira (PMDB), em reunião no escritório político do parlamentar nesta segunda-feira (30) em Campo Grande. Negociações salariais com a direção da entidade e a situação crítica em alguns setores do hospital foram a pauta do diálogo.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem (Siems), Helena Delgado, explicou que sucessivas mudanças no alto comando da administração impediram que a negociação salarial avançasse. A categoria esperava um aumento de 5,49%, oferecido pela direção do hospital, mais a incorporação de dois benefícios, o que elevaria os salários em 9,13%. Segundo Helena, em um primeiro momento a direção acatou a proposta, mas depois recuou.

O caso foi parar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que deve julgar ainda esta semana o dissídio coletivo. A complementação sobre a proposta de 5,49% serviria para resolver o litígio, de acordo com a presidente do Siems.

O senador Valter Pereira citou que a Santa Casa convive hoje com um déficit mensal de R$ 1 milhão por mês, e questionou sobre a viabilidade da concessão do aumento salarial. O parlamentar lembrou que, como o poder público participa da gestão do hospital por meio da junta interventora, é de responsabilidade da prefeitura de Campo Grande e do governo do Estado contribuir financeiramente com a entidade.

“Ou o poder publico sangrou a Santa Casa, ou não aportou recursos necessários, ou as duas coisas”, disse. O parlamentar ainda se manifestou contra a intervenção, que dura mais de cinco anos. “Ela deve ser feita apenas em situação de caos e com objetivo de reestruturação do hospital em um curto prazo”, declarou.

Valter Pereira disse aos representantes da categoria da enfermagem que irá repercutir o assunto em pronunciamento no Congresso Nacional, e que também fará interlocução com o Ministério da Saúde, a fim de alertar as autoridades para a “crise” na saúde estadual.

UTIs fechadas

Helena Delgado disse ao senador que a Santa Casa conta com 63 leitos para atendimento geral e especializado, mas que existem unidades fechadas em algumas alas, por motivo de reformas que, segundo ela, se arrastam há vários meses.

Outro problema levado ao conhecimento do parlamentar diz respeito à falta de equipamentos, como o respirador mecânico. A presidente do Siems apresentou um comunicado emitido pela Santa Casa em 21 de maio de 2010, e que orienta profissionais de saúde em procedimentos no Pronto Socorro adulto. “Pacientes graves ficarão em AMBU dentro da ambulância no pátio do hospital”, até que a situação de lotação seja contornada. Ambu é um ventilador manual usado apenas em casos emergenciais. Helena citou o caso de um paciente que ficou 10 horas no respirador manual.

A diretoria do hospital informou, por meio da assessoria, que a Santa Casa mantém a proposta de reajuste salarial de 5,49% à categoria, mais dois benefícios: 10% sobre o salário-base a título de gratificação aos enfermeiros com título de especialização e pós-graduação; e reclassificação funcional de auxilares para técnicos em enfermagem.

(Matéria atualizada às 16h40 para acréscimo de informações)

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