O Secretário da Receita Federal, Otacílio Dantas Cartaxo, disse nesta sexta-feira (27) que a Receita Federal está constrangida e traumatizada com as quebras de sigilo do ex-presidente do PSDB Eduardo Jorge Caldas Pereira e de mais três tucanos, além da apresentadora Ana Maria Braga e dos donos da Casas Bahia.

– Quero falar da extrema preocupação da Receita e da Fazenda sobre esse fato que não só nos deixa extremamente constrangidos como instituição, mas também traumatizados. Foi um fato que nos pegou de surpresa e para o qual estamos demandando os maiores esforços para punição dos culpados pela falta de tão grave infração administrativa e penal.

A Receita Federal convocou nesta sexta-feira (27) uma coletiva de imprensa para dar esclarecimentos sobre as investigações de violação de sigilo funcional. Um processo da corregedoria da Receita investiga acessos não justificados às declarações de Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira e de mais três tucanos, além da apresentadora Ana Maria Braga e dos donos das Casas Bahia.

Novas medidas

A Receita disse ainda que já está em curso um projeto de reestruturação para proteger o acesso aos dados sigilosos da Receita.

– A partir do momento que se verificou o fato de vazamento de informações sigilosas na agência de Mauá a direção da Receita determinou que fosse construído um projeto de reestruturação da rede de informações sigilosas. O projeto tem dois pilares, a reestruturação da área de TI, além de filtros de acesso e na outra ponta o reordenamento normativo.

Cartaxo disse ainda que os dados sigilosos foram acessados dentro da Receita, e não de forma externa, por um hacker, por exemplo. Com isso, o secretário disse que a fragilidade no sistema da Receita, demostrada pelo vazamento de dados, está no lado ‘humano’ da questão.

A quebra de sigilo

Todos os acessos que estão sendo investigados não teriam sido motivados pela Receita – seriam efetivamente quebra de sigilo- e teriam sido feitos de uma agência da Receita de Mauá, na Grande São Paulo por duas funcionárias suspeitas de participação na quebra de sigilo.

A Polícia Federal também investiga o caso, e as representações criminais serão investigadas pela PF.